sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Acampamento do Demônio

Carol acampava com os amigos 1 vez por mês, pelo menos. Dia 15 de um setembro nublado. Não parecia muito diferente dos outros. Eles chegaram na floresta horas mais cedo, para montar as barracas sob a luz do dia, já que, ao anoitecer, não se via nada sem o auxílio de um ou dois lampiões (lanternas não eram suas preferências).

O local onde sempre se acomodavam estava estranhamente tomado por um solo musgoso e flores mortas, então caminharam mais adentro da enorme mata para encontrar um terreno plano e cercado por árvores. Faltando pouco para escurecer, eles acharam um bom lugar, embora não soubessem que já estavam muito longe da saída.

Montaram as barracas, estenderam os sacos de dormir em volta da fogueira e puseram uma pequena panela com macarrão para cozinhar, enquanto conversavam sobre a longa caminhada. Era um grupo de 5 amigos, contendo um casal de meninos gays e 3 garotas.

Após comerem e conversarem um pouco mais, foram dormir. Na mesma noite, às duas da manhã, Lucas ouviu um grito próximo de onde estavam. Ele acordou seu namorado, e depois as meninas, ficaram esperando o próximo grito para ver se não era coisa da cabeça do rapaz. E, infelizmente, não era. Minutos depois, um grito agudo e extremamente perturbante percorreu por toda a mata. Todos se amontoaram em uma só barraca, apagaram a fogueira e ficaram em total silêncio.

Alguns minutos se passaram e tudo parecia tranquilo de novo. Ao abrir a barraca, Lilian viu o corpo de uma garota de aproximadamente 16 anos jogado em frente à ela. A menina estava pálida, molhada e, para o desespero de todos, morta. Ouviram algo se aproximar, mas não viram nada. Rafael tentava ligar para alguém, mas o celular não funcionava. Quase não deu tempo de ver a sombra de um homem alto se aproximar e logo o viram rasgando a barraca com o seu facão. O grupo de amigos correu em direção ao local de onde vieram com o máximo de velocidade que suas pernas eram capazes de alcançar.

Quando estavam se aproximando da saída, um menino caiu de uma árvore com uma corda no pescoço, em frente à uma velha cabana de tamanho médio, caindo aos pedaços. Ele era jovem, 10 anos no máximo. Ficaram paralisados com a imagem macabra do garoto. Voltaram a realidade quando viram o homem alto correr muito depressa em direção a eles, e então ''voaram'' para fora do lugar.

Ao amanhecer, Carol e os amigos foram até a reserva onde os guardas cuidam a floresta. Intrigados pelo acontecido, os campistas perguntaram a eles se algo já havia acontecido naquela mata antes. Os guardas disseram que antigamente haviam boatos de que um lenhador, psicologicamente perturbado pela perda de sua esposa, teria, no dia 15 de setembro de 1934, afogado a sua filha em um córrego que passava por dentre as árvores, e enforcado o próprio filho no carvalho mais alto das redondezas, e que, se alguém perturbasse o local, seria incomodado pelos espíritos.

Os amigos continuam acampando, mas agora eles acharam um novo local, e sempre perguntam para as pessoas que moram nas proximidades se algo já aconteceu por alí.