sábado, 2 de junho de 2012

A represa

Meu nome é Hugo, tenho 17 anos. Todo ano vou visitar minha avó que mora no Paraná. A casa dela, e de todos da vila, foi construída de modo que o quintal é uma represa. Eu gosto muito de ir lá pra tomar banho na represa, que é enorme. A uns 5 meses fui lá, nas férias. Comi os bolos que minha avó sabe fazer maravilhosamente, peguei o caiaque e fui remando até o meio da represa, onde tem uma minúscula ilha. Na verdade é só um pedaço que sobrou do monte de areia que tinha antes de inundar e virar represa. Fiquei sentado na ilhazinha observando tudo, quando de repente vi, lá no fundo, alguém supostamente se afogando. Novamente, pulei no caiaque e remei o mais rápido possível. Pra chegar lá, tem que passar por trás e uma árvore grande, e quando ultrapassei essa árvore, não vi mais ninguém se afogando, mas continuei remando até o local. Chegando na margem, procurei a pessoa por todos os cantos possíveis, mas não achei ninguém. Quando eu estava no meio da represa, voltando pra casa da minha avó, vi umas bolhas subirem a superfície da água. Mergulhei sem pensar nas consequências, pois poderia ter alguém morrendo afogado ali. Não, não tinha nada ali. Voltando ao caiaque, fui puxado pelo pé, e comecei a me afogar. Me batia desesperado por ar, até que consegui soltar e voltar pro ‘’barco’’. Remei bastante até ficar bem longe de onde aquilo acontecera, e olhei pra trás. Só vi o rosto deformado de um menino voltando pra dentro do lago. Ele era apavorantemente deformado. Branco, como quem perde todo o sangue do rosto, sem o olhos esquerdo, não tinha um pedaço da orelha, sua boca era torta e estava sem a maioria dos dentes e seu rosto estava com centenas de cortes. Chegando na casa da minha vó, contei tudo pra ela. Assustada, ela me disse que antes deu chegar a casa dela, uns 2 meses antes, um menino que morava do outro lado da represa desobedeceu o pai, um homem muito ruim que espancava os filhos e os torturava quando o respondiam, e o tal jogou o filho dentro de um canil onde havia dois cachorros famintos, que estraçalharam o garoto, que mesmo quase inteiramente retalhado, conseguiu fugir, mas o pai o amarrou pelos pés e aos e o jogou na represa. Ele conseguiu se soltar das amarras facilmente, já que não estavam tão apertadas, mas já era tarde demais. Quando conseguiu colocar sua cabeça pra fora, morreu, voltando ao fundo da represa. Duas pessoas além de mim já disseram ter visto o tal menino. De uma coisa eu sei, nunca mais entro na represa.

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