08/02/1989 – 07:40 a.m - Tudo pronto pra sair desse inferno. Chamamos o seu Valdir pra ir conosco, mas ele diz que não sabe viver em outro lugar além dali. Estamos muito tristes, e eu não consigo segurar as lágrimas. Vamos levar o corpo na carroceria , quando chegar na cidade levaremos pra uma agência funerária, ou, não sei, não entendo dessas coisas. Não tenho mais palavras agora.
08/02/1989 – 13:32 p.m - Finalmente! Um pouquinho mais aliviada por sair da floresta. Os meninos nos deixaram aqui no Black Night e foram cuidar do corpo. Não tenho a mínima ideia de como vamos falar pros pais do Márcio. Quem diria que meses planejando um simples acampamento acabaria numa tragédia. Os meninos acabaram de chegar com o carro, vamos ver no que deu, até.
08/02/1989 – 19:04 p.m - Chegamos em casa, já contamos o que houve. Todos estão de luto, velaremos o corpo na casa do Márcio amanhã. Encontraram um desenho indígena, provavelmente feito com faca, na parte interna da garganta do Márcio. Eu não sei o que pode ter feito isso, só sei que jamais quero voltar naquele lugar infernal. Vou guardar o diário, como uma lembrança ruim, a qual nunca mais quero ter.
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16/05/2008 - Meu nome é Karina, sou filha da Helena. Achei esse diário na caixa de lembranças, no sótão. Não li o que está escrito, pois se está escondido não é pra ser lido. Bom, como eu não tenho um diário, vou levar esse pro acampamento que vou com meus amigos. É uma mata fechada, parece legal. Vou escrever diariamente as experiências. Tomara que tudo de certo.
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