terça-feira, 31 de janeiro de 2012
A curva da morte
Esta é uma história real, ocorrida em 2008.
Meu nome é João, tenho 45. Eu viajo muito, fico 2 semanas fora de casa, em média. Há quatro anos, eu estava viajando, e já estava muito longe de casa, e também muito longe do meu destino. De vez em quando, viajo distraído, prestando atenção na estrada, mas pensando em outras coisas. Era bem tarde da noite, e eu viajava pensando na minha família. Meu celular tocou umas três vezes, mas não deu tempo de atender. Tentei ligar novamente, mas tinha caído o sinal, por eu estar bem longe. Logo na frente, vi um velho amigo meu, num canto da estrada. Parei o carro, perguntei o que tinha acontecido, e ele disse que tava indo ver os pais dele, então ofereci carona, e ele, claro, aceitou. Fomos conversando bastante, falando só bobagens. Na estrada onde eu estava, tem uma curva muito grande, que é uma ponte, e quem não tiver cuidado corre o risco de cair. Passei bem devagar por ali, olhando para o lado esquerdo (virado de costas para o meu amigo), quando de repente eu ouvi o barulho da porta do meu carro abrindo, e segundos depois alguém pulando no rio. Desci do carro pra ver o que era, desesperado. Atrás de uma árvore, no final da curva tinha umas luzes acesas, parecia de policia. Corri e fui ver. Tinha uma batida de carro, bem feia, perda total. Perguntei o que tinha acontecido, e ele disse que uma pessoa não tinha conseguido fazer a curva, bateu na árvore. Com a batida, o homem que estava dirigindo atravessou o para-brisas e caiu no rio, mas o corpo já tinha sido resgatado. Pedi pra ver. Era o meu amigo, aquele que veio conversando comigo desde a metade do caminho. Não pude continuar, encostei o carro e dormi ali, deixando pra continuar a viajem apenas no outro dia.
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