segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
A mata do pavor
Meu nome é Michelle, tenho 17 anos. O que vou contar agora aconteceu em 2008, quando eu tinha 13 anos. Eu estava andando na rua com a minha amiga Jéssica.
Nossa cidade é bem movimentada, mas agente mora em um bairro muito parado, porque não tem saída nesse bairro, então quase ninguém passa por lá. Tem uma mata bem grande que passa atrás da minha casa e da Jéssica (somos vizinhas). É bem bonita, árvores enormes, tem até um riachinho, mas é mais pro meio da mata. Nós gostávamos de brincar de bola com os meninos, porque nós éramos as únicas meninas do bairro, o resto eram apenas garotos. Então quando nós não estávamos brincando de bonecas, a gente jogava bola, pulava amarelinha, brincava de pega-pega, esconde-esconde, essas coisas. Um dia, todo mundo foi brincar de esconde-esconde, eu, ela e os meninos.Era umas 23:00h. O Lucas começou contando, e como eu e a Jéssica éramos grudadas, resolvemos nos esconder juntas, no meio da mata, perto do riacho. Nunca tivemos medo do escuro. Tudo bem até ai. Entramos bem pro meio mesmo, pra ninguém nos achar. Lá dentro, a gente escutava passos, como se estivesse arrastando o pé nas folhas, e claro, pensamos que era o Lucas procurando a gente. Mas nada dele nos pegar. Então, toda hora aquele barulho aparecia, e ficava cada vez mais perto. Então eu resolvi sair do nosso esconderijo, pra ver se tinha alguém procurando a gente. Quando eu levantei a cabeça, o nosso outro amigo, Caio, tava deitado no chão. Eu estranhei aquilo e fui lá ver. Quando eu encostei nele, percebi que sua barriga tava cheia de sangue, e eu gritei bem alto, e tudo mundo foi lá ver. Eu levantei a camisa dele, e tinha um corte bem fundo na barriga, e eu pedi para os outros meninos irem buscar ajuda. Mas a minha amiga não tinha saído do esconderijo, nem quando eu gritei. Então eu arrastei o Caio até o nosso esconderijo, porque eu tava morrendo de medo, e quando cheguei lá, a Jéssica não estava mais. Aquilo me deu um desespero muito grande. De repente eu senti tipo uma pedra na minha cabeça, e quando olhei pra cima, a Jéssica tava em cima da árvore, mas bem lá em cima mesmo, daí eu pedi pra ela descer, e ela disse que não conseguia. Depois de uns 5 minutos minha mãe, meu pai, a mãe da Jé, todos chegaram lá correndo muito assustados. O Caio foi pro hospital e ficou tudo bem. A ferida dele foi feita por um galho de árvore, e ele só se lembra de um bicho bem feio depois de apagar. Minha amiga também disse que foi muito rápido, ela viu uns olhos brilhando, e quando se deu conta já estava em cima da árvore. Nunca mais voltamos lá sem um adulto.
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