terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O velho enforcado

Meu nome é Leandro, 14 anos. Eu estava andando com os meus amigos, por uma estrada velha de asfalto que tem na cidade, que é bem movimentada, mas como estamos de férias, quase ninguém fica aqui, porque é muito chato, não tem quase nada para fazer. Mas eu não tive condições de viajar neste ano, então fiquei aqui, junto aos meus amigos. Ficamos andando, conversando, nada de mais. Um deles viu uma casa, que é de um senhor que mora na minha cidade a muitos e muitos anos, acho que ele foi o primeiro morador de lá, e ele é muito ignorante, xinga todo mundo que pisa na calçada dele, ou então se irrita quando alguém fala com ele. Ele mora sozinho, e eu não fico surpreso com isso. Quando o meu amigo viu a casa, a ideia dele foi de jogar pedra para irritar o velho. Todos concordaram, menos eu, porque achei uma bestei tudo isso, mas eu não consegui convencer ninguém. Começaram a tacar pedrinhas pequenas, mas o velho não reclamou. Aumentaram o tamanho das pedras, e nada. O Vitor (o que teve a ideia) pegou um tijolo de uma casa que estava em construção, e tacou. Fez um buraco na madeira velha, mas ninguém saiu de lá. Resolvemos olhar por esse buraco. O Vitor foi o primeiro. Olhou, e não demorou mais de 20 segundos para vomitar. Todos olharam, e ficaram enojados. Fui o último. Era realmente horrível. Ele estava com uma corda no pescoço, pendurado na sala, rodando, com o rosto, braços e pernas retalhados, e uma navalha no chão. Deixamos aquele lugar correndo. Nós achamos que ele pode ter se matado por nossa causa, de tanto irritarmos ele, ele se cansou, e fez o que fez. Outro dia, o Bruno me ligou, e pediu pra eu ir até a casa dele. Quando eu cheguei lá, estavam todos os meus amigos, e nós resolvemos andar pela estrada de novo, era final de tarde. Passamos ao lado da casa do velho, e na volta, ele estava sentado do lado de fora, fumando um cigarro de palha, e olhando pra nós. Saímos de lá correndo, e nunca mais passamos perto daquele lugar.

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