segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O velho da estrada


Meu nome é Jonathan, tenho 14 anos. O relato que vou contar aconteceu ano retrasado, comigo e com o meu amigo César. A gente tem a mesma idade, estudamos na mesma sala, e nossa escola é bem perto de casa, 4 quadras, então agente sempre vai a pé pra lá. Eu acordo 6:00h, me arrumo e espero ele na esquina 6:40h. Nessa hora não tem ninguém na rua, porque todo mundo pega o asfalto pra ir pra escola, mas é muito carro, muita gente passando, então eu e ele vamos por uma estradinha de chão, do lado da casa dele, que é na quadra de baixo da minha. Em uma quarta –feira, eu acho, nós estávamos indo pra escola, e tipo, ainda faltavam 2 quadras pra chegar, mas as quadras das estradas de terra, são bem maiores, então, faltava mais ou menos 2 ou 3 km. Mas passa rápido, porque nós vamos conversando e tal. Estávamos na metade do caminho, quando percebemos um velho, bem lá na frente, sentado num banquinho do lado da estrada que quase não tem marca de pneu. Meu amigo parou do nada, e pediu pra gente voltar, antes que velho levantasse e viesse em nossa direção. Eu estranhei muito, e perguntei porque, mas ele não respondia direito, então ele falou: Agora deixa quieto. E quando eu olhei pra frente de novo, o velho tava em pé, e andando em direção a gente. Eu fiquei parado só olhando, mas tava começando a me dar medo. Demorou uns 2 minutos praquele senhor chegar até nós. Ele ficou encarando meu amigo, com um cachimbo na boca,e depois tirou o cachimbo e olhou pra mim por 1 minuto. Eu não disse nada, nem fiz nenhuma pergunta. Ele se afastou uns 3 passos de nós, e tossiu 3 vezes, virou as costas e foi andando em direção ao banco que ele estava, que fica atrás de uma árvore. Quando ele estava sentado, só dava pra ver as pernas dele. Então ele chegou ao lado do banco, mas não sentou, pareceu que ele estava escondido atrás da árvore. Daí eu falei pro meu amigo: ou, vamos, ele já saiu. E começamos a andar, então, quando a gente passou na frente da árvore que ele supostamente estava escondido, vimos que não tinha ninguém lá, até olhamos em volta, mas não tinha ninguém. Depois, quando chegamos na escola, perguntei pro César como ele sabia sobre o velho, e ele disse que a mãe dele já tinha falado sobre o velho que morreu esfaqueado em um banco, naquela ruazinha de terra. Quando ele disse isso, tossimos 3 vezes cada um, juntinhos. Olhamos assustados um pro outro, e prometemos que nunca mais falaríamos disso, nem contaríamos pra ninguém. A partir desse dia começamos a ir para a escola pelo asfalto.

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