sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Carona do medo

Meu nome é Helena, tenho 22 anos. A poucas semanas, estava viajando para uma outra cidade com a minha filha. Íamos visitar a minha mãe que mora na divisa, e que já estava bem debilitada. Saímos de casa por volta de 20:00h, para chegar lá antes da meia noite, horário que ela chega da clínica de tratamento especialmente para a doença dela. Estava já bem longe de casa, quando uma mulher pediu carona, e eu atendi. Ela entrou, perguntei o seu nome, e depois começamos a conversar sobre vários assuntos, coisas de mulher, quando no meio de uma conversa ela tocou no assunto morte. Achei estranho ela ficar fazendo perguntas sobre isso, perguntando como deve ser quando você morre, de qual forma eu gostaria de morrer e coisas do tipo. Pedi para que ela parasse com aquilo, pois a minha filha é uma criança e poderia ficar assustada. Quando eu disse isso a mulher se irritou, e começou a fica agressiva, a bater no banco de trás com muita força. Eu estava desesperada e ordenei que ela parasse e descesse do carro. Tudo ficou em silêncio. Quando olhei para trás a mulher estava toda ensanguentada, deitada no banco cutucando as fundas feridas da perna e murmurando alguma coisa, a qual só pude entender depois de prestar bastante atenção. Ela dizia para eu tomar cuidado com a estrada, pois perto dali tinha uma curva muito grande, curva na qual o carro dela teria capotado, matando ela e a sua irmã de 5 anos.
Resolvi não gritar, nem fazer qualquer barulho para minha filha não ficar ainda mais assustada. Continuamos andando, até que chegamos na tal curva. O carro estava completamente destruído, como se um peso de mil toneladas caísse sobre uma lata de alumínio. Olhei novamente para trás e não tinha mais nada lá, e depois disso eu nunca mais vi algo parecido.

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