sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
O velho da fazenda
Meu nome é Júlio, tenho 17 anos. Meses atrás eu e meus amigos combinamos de passar o fim de semana em uma fazenda que tem no bairro vizinho. O dono da fazenda é bem estranho. Um velho mal encarado, andando de bengala pra lá e pra cá naquele lugar, e na maior arte do tempo ele fica sentado numa cadeira de balanço que fica na varanda. Sempre que alguém aluga a fazenda para fazer festa, ele fica dormindo numa espécie de celeiro, que fica ali mesmo na fazenda, mas bem para o fundo. Tudo estava pronto para a festa. Nossos amigos estavam todos lá, bebendo, dançando, cantando, todos estavam se divertindo. Mais tarde eu fiquei apertado para ir ao banheiro, mas a fila era grande, então decidi fazer lá fora. Quando abaixei o zíper, e olhei para frente, lá estava o velho, parado ao lado da porta do celeiro, apoiado na bengala e me olhando muito bravo. Fiquei assustado então entrei na casa novamente. O freezer no qual ficava as bebidas estava para o lado de fora, então eu fui pegar uma bebida. Olhei para todos os lados, para ver se o velho estava lá, mas não vi nada. Ao fechar o freezer, vi o velho em pé, apoiado na bengala, mas desta vez ele estava bem mais perto. Entrei mais assustado ainda. Já era bem tarde, e eu estava bem cansado, então fui lá fora sentar nas cadeiras, e já nem lembrava mais daquele homem. Fiquei sentado ali numa das duas cadeiras, com os olhos fechados, e uma revista sobre o rosto. Dormi alguns minutos, quando fui acordado pela revista que caiu no chão. Quando eu abri o olho, lá estava o velho, sentado na cadeira de balanço de frente para mim, me olhando com raiva e resmungando baixo. Corri pra dentro e chamei dois amigos meus. Contei que o dono da fazenda estava lá fora bravo por algum motivo, e eles riram da minha cara, dizendo que o dono da fazenda já havia morrido a mais de cinco anos, e quem cuidava da fazenda agora era sua esposa. No outro dia, quando fomos arrumar parte da bagunça, eu, muito curioso, decidi perguntar a mulher como o velho tinha morrido, e ela disse que a anos atrás, um grupo de amigos alugou a fazenda. Já estavam todos bêbados, quando aquele senhor foi pedir para eles pararem a música, então ficaram irritados e mataram ele a pauladas. Eu não entendi porque o velho apareceu justamente para mim, mas fiquei tranquilo, e depois disso nunca mais aluguei a fazenda. De tempo em tempo, quando passo em frente a fazenda, ouço gritos de alguém sofrendo, e quando olho vejo apenas aquele homem andando pra lá e pra cá.
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