quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A garota do espelho


Meu nome é Marcio, tenho 30 anos. O que vou relatar aconteceu quando eu era criança. Meus pais e eu viajamos para o interior para visitar a minha tia que estava muito doente. Ela mora sozinha em uma casa enorme. A filha dela morreu em um acidente dentro da casa, quando adolescente. A garota foi descer pelo corrimão da escada, e caiu, lá de cima, rachando a cabeça ao meio. Chegamos lá, e fomos para o nosso quarto. Como a casa era muito grande, meu pai pediu para que eu dormisse em um quarto sozinho, e como eu queria privacidade, eu fui. De madrugada, levantei e fui ao banheiro. Na parede ao lado do banheiro, tem um espelho, de forma que quando você sai do banheiro, da de cara com ele. Deixei a porta aberta, e percebi uma movimentação no espelho. Fiquei bem assustado, então lavei as mãos e sai do banheiro para ir ao quarto. Quando eu me virei de frente para o espelho, vi atrás de mim uma garota, deformada, sangrando e com a boca retalhada. Tranquei a porta e fiquei deitado no chão, coberto com duas toalhas. Fiquei com vontade de vomitar, então levantei e fui para o vaso sanitário. Primeiro vomitei sangue, mas parecia que tinha alguma coisa me engasgando, e vomitei umas cinco ou seis larvas. Voltei a me cobrir, achando muito estranho. Já tinha se passado algum tempo, e eu estava morrendo de sono, então decidi abrir a porta e ir correndo para o meu quarto. Quando cheguei lá, o meu lençol estava com marcas de sangue, algumas gotas, então corri para o quarto dos meus pais, mas estava trancado. Fiquei sem o que fazer, mas ficar naquele corredor escuro é que não ia ser. Fui então para o quarto da minha tia, e deitei na cama dela. Eu sempre soube que ela tinha o sono bem leve, mas mesmo assim ela não acordou. Eu acendi o abajur do lado da cama dela. Ela estava com a boca aberta, como se alguém pegasse o maxilar e a mandíbula e abrisse com toda a força, e estava cheia de larvas. Gritei meus pais e eles correram para o quarto. Chamamos a policia, ambulância, tudo o que era gente. Mas ninguém soube dizer o que realmente tinha acontecido. Eu não contei para os meus pais sobre a menina que eu vi, e nós nunca mais voltamos na casa, e também nunca mais vi aquela menina. Até ontem.

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