sábado, 4 de fevereiro de 2012
O garoto demônio
Meu nome é Marcio, tenho 18 anos. Ano passado, eu fui até a fazenda da minha avó, porque ela mora sozinha lá e é bem velhinha, então fui lá para cuidar dela. Todas as noites, nós sentamos no banco da varanda, e ela fica contando histórias pra mim, e isso acontece desde que eu era criança. Ficamos lá na varanda tomando café e conversando. Ela entrou na casa para pegar biscoitos para comermos molhados no café. De repente ela gritou muito assustada, e eu fui correndo ver o que era. Segurei ela tremendo, e perguntei o que tinha acontecido. Ela disse que tinha alguma coisa lá fora, um menino, mas ele ficava feio de uma hora pra outra. Não entendi nada, mas resolvi leva-la pra cama, pois ela já estava cansada. Pensei que ela estava ficando esclerosada, e deixei isso passar. Quando eu fui lá fora recolher as coisas, percebi um barulho nas plantas dela. Eu vi uma cabeça saindo de lá, de um menino, então entrei correndo pra dentro de casa, e tranquei tudo. Deitei na cama dela e dormi. Duas horas depois eu levantei para ir ao banheiro. Já estava lá a 30 segundos quando vi alguma coisa passando na janela, mas eu já tinha esquecido aquele menino, então pensei que fosse outra coisa. Quando eu fui lavar as mãos, percebi que a coisa estava parada na janela, e então eu resolvi encarar, pra ver se ia embora. Quando eu olhei levei um susto muito grande. O menino era muito feio. Não podia ver os seus olhos, eram apenas buracos negros, a sua boca era enorme, com os dentes grandes e afiados, e ele olhava bravo pra mim, mas eu não tirava os olhos, até que ele saiu. Voltei pra cama e fiquei deitado, sem conseguir dormir. Depois de alguns minutos, começaram a bater na porta do quarto. Mas eram batidas desesperadas, como se alguém quisesse abri-la no soco. Minha avó pegou uma pistola que era do meu avô, que ficava escondida dentro do armário, e deu um tiro na porta. Uma voz horrível gritou, era grossa, mas afinava de vez em quando. Gritou e saiu. Ouvimos o telhado quebrar, mas só isso. Nós só saímos do quarto quando o dia clareou. Olhamos o chão e estava cheio de sangue e pegadas de criança. A varanda estava cheia de pássaros sem cabeça, ou sem alguma asa. As oito vacas que minha avó tinha estavam mortas com mordidas profundas. Ninguém sabe porque isso aconteceu, e minha avó não mora mais lá, mas as pessoas do sitio reclamam da morte de gado e dos pássaros mortos que aparecem na varanda da casa delas toda manhã.
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