terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Morte na ponte
Meu nome é Clara, tenho 26 anos. Moro em uma pequena cidade do interior, na qual só se chega atravessando uma ponte, e tem que ser a pé. Essa ponte é bem estreita, aproximadamente 2,5 m e largura, e em baixo passa um córrego um tanto pequeno, porém com uma correnteza bastante forte, e essa ponte também é palco de algumas lendas as quais escuto desde bem pequena. Bem, um certo dia eu fui ao mercado, que fica a duas quadras depois da ponte, e no mercado encontrei três amigas que me convidaram para tomar cerveja em um barzinho próximo ao local. Ficamos lá por algumas horas, e só voltamos para casa ao anoitecer. Elas me deixaram na frente do mercado, para que eu pudesse seguir a pé até a minha casa. Não tinha dado nem cinco passos quando o ar começou a ficar um pouco mais frio, e ia oscilando a cada instante, mas nunca ficava quente. Achei bem normal, já que na minha cidade a temperatura não é nem um pouco previsível, quase sempre contrariando a meteorologia passada pela televisão. A poucos passos da ponte, vi a sombra de uma mulher, que estava parada olhando a água correr o seu curso natural. Fui me aproximando, e pude perceber seu rosto bem pálido, e ela estava usando uma roupa branca, um vestido logo muito bonito. Decidi passar pelo outro lado da ponte, mas não faria tanta diferença, já que era muito estreita. Cheguei bem perto, e senti meus dedos congelarem, e uma ventania muito forte passar pela ponte. Fiquei mais assustada quando vi aquela mulher vindo em minha direção. Ela parou na minha frente, e sorriu, mas estava com lágrimas de sangue nos olhos. Ela perguntou onde eu tinha escondido o filho dela, e eu claro fiquei calada. Ela começou a ficar irritada, e de repente perdeu o ar. Tentava puxar o ultimo fôlego do pulmão, que não vinha, e então ela gritou, e em seguida quebrou o seu próprio pescoço, caindo da ponte de cabeça nas pedras. Olhei para cima desesperada, e ao retornar o olhar para a água, não vi mais nada nem ninguém. Cheguei em casa com medo, e tentei lembrar de alguma lenda que poderia se encaixar com o ocorrido. Lembrei da história da mulher que fugiu de casa porque estava grávida, e não queria que ninguém soubesse, principalmente seu marido, por um motivo bastante óbvio: ela deu a luz a um bebe em cima da ponte, porém o bebê não era de seu marido. Então ela jogou a criança no córrego, mas se arrepende muito, e então se matou, pulando da ponte em cima das pedras. Mas isso já passou, agora tento evitar o máximo aquela ponte, e quando preciso mesmo usa-la, aproveito a luz do dia. Tudo está bem agora, exceto por eu acordar com o choro de um bebê toda manhã.
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