segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Elevador

Antônio voltava do trabalho numa turbulenta sexta-feira a noite. Morava num prédio de 16 andares, e seu apartamento ficava no 8º andar. O edifício tinha o nome de ''Diabolus in Flammas'', era tricentenário, e recebeu esse nome porque a igreja condenou moradores, acusados de fazer o que naquela época era bruxaria.

Antônio chegou na garagem, entrou no elevador trabalhado com madeira rústica e velha, apertou o botão do 8º andar e esperou. Ao chegar no local, percebeu que tudo estava diferente. Tudo parecia escuro e um tanto anormal. Ao longe, ele via sombras passando rapidamente, a toda hora, até que uma delas veio se aproximando vagarosamente, até chegar a 2 metros da porta do elevador.

Quando isso aconteceu, a porta fechou, e o elevador subiu 4 andares e meio até parar. As luzes se apagaram. O ambiente ficou frio. As luzes se acenderam. Um garoto pálido vestindo um terno preto apareceu ao lado do homem. Ele ficou paralisado. O menino sangrava pela cabeça, olhos e pulsos.

Aquela estranha figura foi chegando cada vez mais perto, até que, novamente, tudo ficou escuro. O elevador voltou ao 8º andar. Os corredores continuavam escuros e sombrios, e a sombra da mulher permanecia no mesmo lugar. Quanto mais ela chegava perto da luz do elevador, mais terrível aparentava ser. Seu rosto era rasgado, sua boca era retalhada, e ela andava se contorcendo.

Antônio, desesperado, começou a gritar por socorro, quando o elevador caiu com tudo, parando no 2º andar, quando começou a descer normalmente. Ele saiu correndo, e foi dormir na casa da namorada. Dois dias depois voltou ao prédio e perguntou ao morador mais antigo, o Seu José, de 98 anos mas com a saúde em dia, se o local tinha alguma história. Seu José disse que havia incontáveis histórias, e, segundo ele, todas verdadeiras. Antônio contou o que havia acontecido com ele dias atrás, e na hora o velhinho se lembrou.

Começou a contar que a mais ou menos 100 anos, Uma mulher entrou no elevador com seu filho de 13 anos. Eles subiram até o 8º andar, onde o elevador parou. A mulher desceu, distraída, pensando no casamento lindo que acontecera a pouco, e o garoto ficou. A alguns passos a moça reparou que seu filho não a seguia, e, ao olhar pra trás, o viu desmaiado ainda dentro do elevador. Ela correu, mas a porta fechou antes que ela entrasse. Ele subiu mais 4 andares, quando novamente abriu.

Dois homens aproveitadores de crianças estavam ali (estranha/ruim coincidência, não?), e tentaram abusar do garoto, mas ele acordou, e lutou com todas as forças. Não foi o suficiente. Com uma faca, os homens cortaram seus pulsos, furaram seus olhos e sua cabeça. A mãe, ouvindo os gritos, puxou a porta com muita força, até que abriu. Abriu com tudo. Ela perdeu o equilíbrio e caiu. O elevador praticamente despencou em cima dela, matando-a instantaneamente.

Depois disso, todos que pegam o antigo elevador passam por essa situação.

sábado, 13 de outubro de 2012

Crescent Hotel

Localizado em Eureka Springs (EUA), o prédio abrigou até a década de 20 um internato feminino. O local foi comprado na década seguinte pelo médico Norman Baker, que dizia ter a cura para o câncer e o casarão serviu como um lugar onde o médico-monstro fazia as suas fracassadas experiências. Desde então diz-se que as almas dos pacientes torturados e mortos continuam voltando para assombrar os hóspedes. A fama de mal assombrado do hotel é tão grande que a instituição criou um serviço específicos para os curiosos: excursões no meio da noite em busca das almas penadas. Por U$ 279 por casal, é possível andar pelas instalações com um guia no meio da noite em busca de sinais de assombração.

sábado, 29 de setembro de 2012

Anna Morton

Anna Tristan Morton, nascida em 19 de Janeiro de 1896 e morta em 3 de Abril de 1983, foi vista pela segunda vez pela janela da Casa Morton (onde sua família morou por 3 décadas) por intrusos que procuravam um pouco de diversão no local. Segundo os mesmos, Anna parecia infeliz, e batia na janela, revoltada.

Em 1934, com 38 anos, a srta. Morton foi asilada em sua casa, com janelas e portas vedadas, pois seus pais acreditavam que ela sofria algum tipo de transtorno, como o transtorno do pânico ou algo do gênero. Os vizinhos ouviam gritos de desespero todas as noites,e diziam que a moça socava as portas e os móveis.

Aos poucos, sem saber o que fazer, os vizinhos foram se mudando e se mudando, até que não sobrou ninguém a 1 km de distância da Casa. Desesperada, a moça asilada tentou se suicidar mais de cinco vezes, sem ''sucesso''.

Mas como ela sobreviveu tantos anos presa? Como comia e bebia? Três vezes por dia, sua mãe levava-lhe comida, água e produtos de higiene, o suficiente para sobreviver. Anos se passaram, e em Abril de 83 Anna se enforcou na escada, com 3 lençóis amarrados uns aos outros.

A primeira vez que foi vista depois de sua morte foi em 25 de Outubro de 1994, quando um viciado em cocaína invadiu o terreno na casa para cheirar escondido da polícia. Assustado, correu e confessou seu vício e todos os seus crimes, se enforcando no dia seguinte. A segunda vez foi quando, novamente, intrusos invadiram o terreno, como já dito. Mas, o que não foi falado é que, no outro dia, os 4 jovens invasores se enforcam. E, finalmente, a terceira vez foi hoje. Sim, quando você olhar para trás verá Anna Morton com marcas roxas no pescoço, e ela chegará a 5 cm do seu rosto, gemendo numa voz rouca e demoníaca. Cuidado, você sabe o que acontece amanhã.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Diário de Helena - Parte V (Final)

08/02/1989 – 07:40 a.m - Tudo pronto pra sair desse inferno. Chamamos o seu Valdir pra ir conosco, mas ele diz que não sabe viver em outro lugar além dali. Estamos muito tristes, e eu não consigo segurar as lágrimas. Vamos levar o corpo na carroceria , quando chegar na cidade levaremos pra uma agência funerária, ou, não sei, não entendo dessas coisas. Não tenho mais palavras agora.

08/02/1989 – 13:32 p.m - Finalmente! Um pouquinho mais aliviada por sair da floresta. Os meninos nos deixaram aqui no Black Night e foram cuidar do corpo. Não tenho a mínima ideia de como vamos falar pros pais do Márcio. Quem diria que meses planejando um simples acampamento acabaria numa tragédia. Os meninos acabaram de chegar com o carro, vamos ver no que deu, até.

08/02/1989 – 19:04 p.m - Chegamos em casa, já contamos o que houve. Todos estão de luto, velaremos o corpo na casa do Márcio amanhã. Encontraram um desenho indígena, provavelmente feito com faca, na parte interna da garganta do Márcio. Eu não sei o que pode ter feito isso, só sei que jamais quero voltar naquele lugar infernal. Vou guardar o diário, como uma lembrança ruim, a qual nunca mais quero ter.

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16/05/2008 - Meu nome é Karina, sou filha da Helena. Achei esse diário na caixa de lembranças, no sótão. Não li o que está escrito, pois se está escondido não é pra ser lido. Bom, como eu não tenho um diário, vou levar esse pro acampamento que vou com meus amigos. É uma mata fechada, parece legal. Vou escrever diariamente as experiências. Tomara que tudo de certo.

Diário de Helena - Parte IV

07/02/1989 – 06:05 a.m - Ah! Hoje acordamos bem cedinho com o cheiro do chimarrão fervendo. Já estamos a uma hora acordados, acordamos antes mesmo de ficar claro. Foi uma noite boa, mas nem tão tranquila. Por volta de 02:00, 02:30, ouvimos baterem na porta. O seu Valdir, saiu do seu quarto com a espingarda, e bem devagar abriu a porta. Não tinha nada. Do nada entrou um vento muito gelado na casa, todo mundo sentiu a energia pesar, mas logo foi embora. Ele disse que volta e meia isso acontece, e que ele também tem medo, mas que era pra nós voltarmos a dormir tranquilamente, que isso não ia se repetir. Mais ou menos dez minutos depois, eu e a Laura vimos um vulto passar bem rápido na janela, e sem seguida um estrondo na mata, mas ficamos bem quietas e deitamos. Cinco horas todos acordaram, tomaram um banho, escovaram os dentes e começamos a tomar o chimarrão, que por sinal está maravilhoso. Vou aproveitar a tranquilidade, porque mais tarde tem caçada, senão não tem jantar.

07/02/1989 – 13:20 p.m - Estamos saindo agora pra caçar. Comemos pão com queijo fresco, tudo muito bom. Eu nunca cacei nada, não sei nem segurar uma arma, então só vou acompanhar de vista mesmo. Nosso anfitrião disse que sempre ouve barulhos estranhos quando está caçando, então não era pra ficarmos com medo, como se isso funcionasse comigo. Vejamos se consigo pelo menos ver um animal pra ajudar na caçada.

07/02/1989 – 20:51 p.m - Oh meu Deus! Eu nunca estive mais apavorada, em pânico, assustada e tremendo de medo na minha vida. Depois de umas seis horas de caçada, já escuro, nós nos perdemos na mata. Conseguimos matar dois porcos, mas não conseguimos voltar pra casa. Ficamos andando, rodando, andando, rodando, e nada. De repente, ouvimos uma coisa grande se aproximando, e um vento muito forte e gelado pairou ali. Aquela coisa ia chegando perto, e mais perto, até que pareceu subir na árvore. O seu Valdir nos olhou e pediu pra nós corrermos, porque aquilo poderia ser muito perigoso. Quando demos as costas pra procurar o caminho, uma criatura de aproximadamente dois metros e meio, muito magro, de cabeça grande, olhos esbugalhados, mãos enormes, e dentes afiados pulou de cima da mais alta árvore, sem sequer se ferir. Essa coisa, que parecia um índio, ficou nos encarando, e indo cada vez mais pra cima. Um dos meninos disse pra nos afastarmos, e de repente a criatura berrou. Um grito arrepiante, muito alto e grave, que durou por mais de dez segundos. Apesar de aparentar, aquilo não era humano, nunca tinha ouvido de falar de algo parecido. O bicho quebrou o pescoço do Márcio, e eu apavorada gritei, e aquilo veio imediatamente pra cima de mim. Quando estava quase me alcançando, o seu Valdir atirou nele, e então ele se afastou, e escalou a arvore, desaparecendo em seguida. Agora estamos aqui, desesperados, perdemos nosso melhor amigo. Eu não sei o que faço, vamos esperar amanhecer pra irmos embora, agora é arriscado.

08/02/1989 – 04:12 a.m - Eu não vejo a hora de ir embora desse pesadelo. Isso me deixa cada vez mais nervosa e apavorada. Agora a pouco pensei ter ouvido a voz do Márcio pedindo socorro, mas o anfitrião pediu pra nós não sairmos da casa, pois logo que sua esposa morreu, ele ouviu a voz dela o chamando por dias, e quando finalmente tomou coragem pra ver o que era, tinha uma sombra dentre as árvores, o chamando com a voz dela. Só quero que isso acabe logo.

Diário de Helena - Parte III

06/02/1989 – 09:13 a.m - Tudo está bem! O Lucas, Carol, Márcio e o Guga voltaram, mas os dois sumidinhos voltaram bem machucados. Disseram que estavam se beijando, quando ouviram um barulho muito forte de alguém pulando na árvore, e logo em seguida, viram uma sombra enorme vindo muito rápido, e apagaram. Foi super estranho, e eu to começando a entrar em pânico. Já falei pra todo mundo pra nós irmos embora, mas eles acham que eu sou paranoica. Eu e o Leandro ficamos essa noite, foi maravilhoso, e isso é a única coisa que me conforta. Vou tentar ficar mais calma, e escrevo mais tarde, beijos!

06/02/1989 – 13:00 p.m - Estamos almoçando só agora! Peixe de novo, mas tá muito bom. Agorinha a pouco fomos andar pela mata, onde o Luquinhas e a Cah foram ontem, pra ver se tinha alguma evidência de animal, um grande, mas só tinha uns arranhões, iguais aos da outras árvores. Pela segunda vez, tinha barraca desarrumada, mas dessa vez é a minha. Não sei o que ta acontecendo, eu arrumei quando acordei, e ninguém ficou no acampamento, então, Omo ela se desarrumou? Sozinha é que não foi...mas tudo bem. Vou terminar de comer.

06/02/1989 – 15:21 p.m - Andando pela floresta, explorando de novo, nós achamos uma casinha de madeira, que parecia abandonada. Batemos na porta, e nada, mas não podia ser abandonada, porque eu olhei pelo vidro e tudo estava tão arrumadinho, tinha até cheiro de comida no fogão. Ficamos esperando um pouco, e de repente saiu um velhinho da floresta, com uma espingarda, e um porco do mato nas costas. Ele cumprimentou todo mundo, chamou a gente pra entrar, é um senhor bem simpático mesmo. Mora sozinho nessa casa desde que a mulher dele morreu, faz 4 anos. Ele nem liga, diz que tudo que ele precisa pra viver tem na mata. Nós contamos a história de ontem pra ele, e ele disse que a mata é um lugar muito, muito perigoso, e que a gente tava se arriscando acampando nela. Ele foi prepara um chá pra nós, quando voltar ele vai contar umas histórias do lugar, daí eu vou resumir pra escrever no diário.

06/02/1989 – 21:07 p.m - Então, agora eu estou 5 vezes mais apavorada! Vou explicar o porque. Primeiro: eu tenho medo de história de terror, principalmente quando são reais. Segundo, o seu Valdir, o senhor que encontramos nos contou a seguinte história: A muitos anos atrás, não se sabe exatamente quando, mas provavelmente no século passado, a floresta era habitada por uma aldeia de índios canibais. Eles pegavam todas as pessoas que não eram da tribo e as comiam vivas. O chefe, ou Cacique como é chamado o chefe da tribo, era um homem muito alto, corria muito rápido, era muito habilidoso para subir e pular em árvores. Um dia, um homem estranho chegou a tribo. Branco, olhos negros, bem arrumado e gordinho. Sem saber que havia uma tribo ali, foi se alojando. Um dia, quando acordou, sua barraca estava cercada de indígenas. Rapidamente, sacou duas armas e, com muita habilidade, matou todos os homens que o ameaçavam, deixando apenas o cacique vivo, que estava bem escondido em sua oca. Revoltado com o homem branco, o cacique o espancou até deixa-lo desacordado, e o amarrou na oca. Quando o homem acordou, estava sem sua perna direita. O cacique disse que o comeria bem lentamente, e isso era o castigo dele. E assim fez. Quando terminou de matar o homem branco, se sentia mais vivo, forte e habilidoso, e que o estranho homem que comera era uma espécie de semi deus, que dava vida eterna. A oca foi destruída com o tempo, e não se sabe o que houve com o cacique. Bem, isso é apenas lenda indígena, ou real? Eu não sei, mas gosto de acreditar nessas coisas, mesmo tendo medo. Estamos voltando pro acampamento agora, vamos pegar nossas coisas e trazer aqui pra casa do seu Valdir, vamos dormir com ele, é mais seguro. Até qualquer momento.

06/02/1989 – 23:19 p.m - Estamos de volta a casa. Já desmontamos as barracas e colocamos os colchonetes na sala, perto da lareira, pra ficarmos bem quentinhos. Acho que essa noite vai ser mais tranquila, me sinto mais confortável e protegida. Vamos ficar conversando mais um pouco, até dar sono.

Diário de Helena - Parte II

05/02/1989 – 08:10 a.m - Acabamos de acordar! Os meninos estão preparando o café, e as meninas estão se arrumando na barraca. Tirando o medo da noite, foi tudo ótimo. A barraca do Márcio tem umas manchas estranhas, parece que alguém colocou a mão suja de barro lá, mas é uma mão meio grande... bem estranho. Mas eu to muito feliz por estar aqui com meus amigos. Hoje nós vamos explorar a mata, ver se achamos um riacho pra pescar, coisas assim. Vou levar meu diário comigo, pra relatar alguma coisa, se acontecer. Até mais!

05/02/1989 – 13:25 p.m - Ah, que ótimo! Achamos um córrego pra pescar. Já peguei 3 peixes, e olha que fui a que peguei menos. Hoje já tem janta!!! Quando a gente tava vindo pra cá, vimos uns arranhões nas árvores, tipo urso, mas aqui não tem ursos. Também ouvimos alguma coisa pulando de árvore em árvore, mas não vimos nada. Agora nós estamos pescando, e bebendo as cervejas que os rapazes trouxeram, vou tentar pegar 10 peixes, com certeza vou escrever mais depois, mais tarde!

05/02/1989 – 19:02 p.m - Não consegui pegar 10 peixes, mas no geral, temos janta pra dois dias! O Lucas sumiu com a Carol no meio da mata, não sei o que os dois estão fazendo, mas eles estavam se olhando desde o Black Night, eu e todo mundo percebeu isso. Eu gosto do Leandro, mas não sei se ele ta afim de mim. Ele me olha diferente, mas, eu não vou ficar dando em cima dele. Quando chegamos da pescaria, a barraca da Liz e do Gustavo tava toda revirada, completamente desarrumada, mas eu vi que ela organizou tudo antes de sair pra pescar. Deve ter sido brincadeira de algum menino, eles adoram fazer essas coisas com a gente. Enfim, quando formos dormir eu escrevo mais, nem que seja só um ‘’boa noite’’.

06/02/1989 – 01:37 a.m - Todos estão muito preocupados, porque o Lucas e a Cah ainda não voltaram. Nós gritamos, sinalizamos, mas nenhuma resposta. O Márcio e o Guga foram procurar eles, acho que ninguém vai dormir até os 4 estiverem aqui. Eu vou deitar na barraca do Leandro, ele me chamou pra dormir com ele, e as meninas vão ficar umas com as outras, dormir na mesma barraca, por segurança. Então, até amanhã, tomara que tudo fique bem.

Diário de Helena - Parte I

04/02/1989 – 10:47 a.m - Hoje sairemos da grande cidade e partiremos pro interior, numa mata bem fechada, e grande. Nós vamos acampar. AH! Mal posso esperar por isso, a gente ta querendo acampar a meses, e parece que finalmente vai dar certo. Daqui a pouco eu e minhas duas amigas, Caroline e Laura, vamos sair daqui de casa pra ir encontrar o Luquinhas, o Leandro e o Márcio. Nós vamos na caminhonete deles pra lá. É meio longe então a gente deve chegar lá bem tarde, tipo umas 21:00 horas, por ai. Mais tarde escrevo mais.

04/02/1989 – 16:30 p.m - Ah que emoção. Nós estamos a caminho da floresta onde vamos acampar. A mais ou menos uma hora, passamos pelo ‘’Black Night’’, um bar de beira de estrada. É um barzinho muito legal, mais específico pra rockeiros mesmo, daí a gente fico ali, curtindo um rockzinho, bebendo, conversando. Encontramos a Liz e o Guga, namorados. São amigos nossos, vão no carro deles acampar também, já que não tinham nada melhor pra fazer nesse feriado. Bem, acho que quando chegarmos lá, eu escrevo um pouco mais de como foi a viajem. Beijos.

04/02/1989 – 22:14 p.m - Bom, chegamos finalmente! Faz uma hora eu acho, mas esperei pra escrever porque estávamos montado as barracas, tentando acender uma fogueira, essas coisas de acampamento. Aqui é super legal. Isolado de tudo e de todos, ficamos bem no centro da floresta eu acho, não da pra ouvir nada além de uns barulhos que vem de todos os cantos, mas é assim mesmo, em floresta, certo? Os meninos ficaram mais afastados, eles colocaram as barracas deles numa espécie de triângulo, e nós ficamos no meio, fizeram isso pra deixar as meninas mais protegidas, eu acho. Então, nos próximos dias eu vou escrever como ta sendo aqui, então, até qualquer hora, durmam bem. Um beijo meu e das garotas.

05/02/1989 – 02:53 a.m - Eu decidi escrever agora porque eu to com um pouco de medo, e escrever me acalma. Eu ouvi um barulho, deve ser de algum animal grande, chegando cada vez mais perto. O Leandro saiu da barraca, e disse que viu uma sombra estranha na floresta. Todo mundo ta com um pouco de medo, mas acho que eu to levando mais a sério. Não deve ser nada, eu que sou boba com essas coisas. E vou tentar dormir agora, até amanhã, espero!

terça-feira, 10 de julho de 2012

O espírito vingativo

Meu nome é Andressa, tenho 46 anos. O que eu vou contar aconteceu a 6 anos, quando minha filha faleceu. Era um dia muito frio, e eu fui pra cozinha preparar chocolate quente, enquanto ela ficou na sala com seu namorado, o Caio. Antes de namorar esse rapaz, minha filha era linda. Tinha um cabelo até o meio das costas, unhas bem cuidadas, não fumava nem bebia. Depois que essa paixão apareceu, ela se perdeu nas bebidas e drogas, cortou e pintou o cabelo, ficou desleixada, mas de qualquer forma, eu era a mãe dela, tinha que cuidar. Bom, fui pra cozinha. Depois de algum tempo, escutei ela gritar de dor, e ouvi a porta da sala bater. Quando cheguei lá, ela estava com uma faca enfiada na garganta. Me desesperei, é claro. Mas não tinha mais volta, ela já havia morrido. Exatamente um ano depois, eu passei pra comprar uma revista na banca de jornais que tem na esquina da loja onde eu trabalho, e num dos jornais estava como manchete: GAROTO DE 17 ANOS MORRE ASSASSINADO COM FACADA NA GARGANTA! Comprei o tal jornal. Levei um grande susto ao saber que o menino que tinha morrido era o ex-namorado da minha filha. Achei muito, muito estranho mesmo, ainda mais porque no jornal dizia que não havia sinais de invasão ou qualquer tipo de vestígio, mas essas coisas acontecem. No ano seguinte, passando pela mesma banca de jornal, vi uma nova manchete: MAIARA ARAÚJO, DE 18 ANOS MORRE ASSASSINADA COM A GARGANTA CORTADA! Era muita coincidência. Maiara Araújo era a menina que minha filha desconfiava ser ‘’amante’’ do ex namorado dela. Resolvi procurar um centro espírita que minha amiga indiciou depois de saber da história. Nada adiantou. Fui pra casa frustrada por não conseguir falar com a minha menina. Entrei no quarto que era dela. Já estava praticamente vazio, já havia vendido todas as suas roupas, objetos, tudo. Quando eu estava saindo do quarto, a porta bateu bem forte. A cama e a escrivaninha que eram os únicos móveis que sobraram no quarto se mexeram. A janela quebrou e um vento muito, muito gelado dominou o quarto. Ouvi a voz dela e me virei. Ela estava lá, em pé, magra, feia, nem parecia o meu bebê. Ela se aproximou de mim e me agarrou pelo pescoço, tirou uma faca enorme do vestido e me disse que eu a sufocava demais enquanto ela vivia, não a deixava sair nem nada, mas eu só tentava proteger. Ela gritou e disse que voltaria logo, e de repente sumiu. Tudo voltou ao normal. No dia seguinte eu peguei todos os livros, colares, tudo o que sobrou dela, inclusive a pulseira de capim que ela fez pra mim com 5 anos, e queimei na lareira, pois tava muito frio e não tinha mais lenha pra esquentar, então aproveitei que queria me livrar de tudo que me lembrasse ela, queria ficar só com seus sorrisos na minha cabeça. Quando joguei a pulsei que me fizera, senti um calor atrás de mim, e quando olhei, era minha filha Lara queimando, gritando de dor, e novamente, sumiu. Depois desse dia não senti nenhuma vibração diferente na casa, nada estranho aconteceu. Não sei se tem a ver com o que houve nesse dia, mas, acho que ela está mais feliz agora, como eu estou.

sábado, 2 de junho de 2012

O pomar

Meu nome é Ana Flávia, tenho 25 anos. Eu, meu marido e vários amigos, todo ano, fazemos uma feijoada no dia 15 de fevereiro, pra comemorar o aniversário da tia Luíza, uma senhora de 98 anos que é dona de uma chácara, a qual nós fazemos a feijoada. No ano passado, tudo Coria bem, como de costume. Compramos os alimentos, alugamos as mesas, tudo certo. Chegada a noite, as pessoas já estavam se divertindo. Dançavam, cantavam, pulavam e tudo mais. Eu e mais quatro pessoas preparávamos as comidas, bebidas, tudo, quando minha amiga inventou de fazer um ponche. Fui ao pomar buscar algumas frutas pra isso. Chegando lá, o barulho da festa já era baixo, pois fica bem longe da sede da chácara. Peguei várias frutas, e quando já estava quase saindo de lá, ouvi uma voz dizer: Me ajude! Minha espinha gelou. Olhei pra trás e não vi ninguém. Sai correndo e chamei meu marido, mas não contamos pra mais ninguém. Ele foi lá e também ouviu a voz. Procuramos por todo o pomar, mas não achamos nada. Acendemos os refletores, que iluminou um pouquinho. Ele foi pra direita e eu pra esquerda, depois de 10 minutos, se ninguém encontrasse nada, nos encontraríamos ali. Procurei nos pés de poncã, laranja, tudo que tinha lá, e nada. Pensamos que poderíamos procurar quando amanhecesse, seria bem mais fácil. Quando estávamos voltando pra festa, vi alguma coisa no pé de goiaba, o único que nenhum os dois tinha olhado. Chegamos mais perto e vimos uma menina, muito jovem, de uns 16, 17 anos, enforcada entre dois galhos, morta. Provavelmente ela foi roubar goiaba, e escorregou, ficando presa, e como os galhos são grossos, ela não conseguiu se soltar. Corremos pra buscar ajuda, e quando voltamos ao local, não havia mais ninguém. Nenhum sinal de vida, ou morte. A tia Luíza nos contou, que quando ela era jovem, tinha uma vizinha muito bonita, e elas se odiavam. Uma ia a casa da outra pra roubar frutas e quebrar plantações. Suas famílias eram rivais. Certo dia, a menina foi pegar goiaba no quintal da tia Luíza, e ela viu. Chegou o mais perto possível sem que a vizinha visse e gritou. A garota levou um susto tão grande que escorregou, e ficou presa entre dois galhos. Tia Luíza diz que tentou ajudá-la, mas nem ela conseguiu retirar a menina. Depois disso, a tal jovem sempre aparecia no pomar, assombrando a tia e todos que entravam no pomar.

A represa

Meu nome é Hugo, tenho 17 anos. Todo ano vou visitar minha avó que mora no Paraná. A casa dela, e de todos da vila, foi construída de modo que o quintal é uma represa. Eu gosto muito de ir lá pra tomar banho na represa, que é enorme. A uns 5 meses fui lá, nas férias. Comi os bolos que minha avó sabe fazer maravilhosamente, peguei o caiaque e fui remando até o meio da represa, onde tem uma minúscula ilha. Na verdade é só um pedaço que sobrou do monte de areia que tinha antes de inundar e virar represa. Fiquei sentado na ilhazinha observando tudo, quando de repente vi, lá no fundo, alguém supostamente se afogando. Novamente, pulei no caiaque e remei o mais rápido possível. Pra chegar lá, tem que passar por trás e uma árvore grande, e quando ultrapassei essa árvore, não vi mais ninguém se afogando, mas continuei remando até o local. Chegando na margem, procurei a pessoa por todos os cantos possíveis, mas não achei ninguém. Quando eu estava no meio da represa, voltando pra casa da minha avó, vi umas bolhas subirem a superfície da água. Mergulhei sem pensar nas consequências, pois poderia ter alguém morrendo afogado ali. Não, não tinha nada ali. Voltando ao caiaque, fui puxado pelo pé, e comecei a me afogar. Me batia desesperado por ar, até que consegui soltar e voltar pro ‘’barco’’. Remei bastante até ficar bem longe de onde aquilo acontecera, e olhei pra trás. Só vi o rosto deformado de um menino voltando pra dentro do lago. Ele era apavorantemente deformado. Branco, como quem perde todo o sangue do rosto, sem o olhos esquerdo, não tinha um pedaço da orelha, sua boca era torta e estava sem a maioria dos dentes e seu rosto estava com centenas de cortes. Chegando na casa da minha vó, contei tudo pra ela. Assustada, ela me disse que antes deu chegar a casa dela, uns 2 meses antes, um menino que morava do outro lado da represa desobedeceu o pai, um homem muito ruim que espancava os filhos e os torturava quando o respondiam, e o tal jogou o filho dentro de um canil onde havia dois cachorros famintos, que estraçalharam o garoto, que mesmo quase inteiramente retalhado, conseguiu fugir, mas o pai o amarrou pelos pés e aos e o jogou na represa. Ele conseguiu se soltar das amarras facilmente, já que não estavam tão apertadas, mas já era tarde demais. Quando conseguiu colocar sua cabeça pra fora, morreu, voltando ao fundo da represa. Duas pessoas além de mim já disseram ter visto o tal menino. De uma coisa eu sei, nunca mais entro na represa.

O homem da neblina

Me chamo Angélica, tenho 29 anos, e o que eu vou relatar aconteceu quando eu tinha 9 anos. Quando fiz 7 anos, meus pais me deixaram ir e voltar da escola sozinha., pois morávamos apenas a uma quadra de lá. Nada de ruim aconteceu comigo em dois anos, mas quando completei 9, as coisas mudaram. Em um dia, eu acordei bem mais cedo do que de costume, tomei banho, tomei café, e deitei novamente. Quando deu o horário deu ir pra escola, levantei, dei um beijo na minha mãe e pai, e fui chamar o Gustavo, meu amigo, pois nós íamos juntos. Quando eu saí de casa, vi que estava tudo nublado. A rua estava completamente deserta, o chão parecia nevado, pois estava um tanto branco. De qualquer forma, chamei o Guga e fomos a escola. Chegando na esquina, percebemos que tinha um homem, com aproximadamente 50 anos, magro, grisalho, com um sobretudo preto, nos seguindo. Nós viramos a esquina, desfazendo assim, da rota que nos levaria até a escola, só para ver se ele estava realmente nos seguindo. Não deu outra! O homem virou a esquina conosco. A rua em que viramos estava ainda mais deserta e nublada, o que não é nem um pouco comum. Começamos a correr, porque pensamos que poderia ser um pedófilo, estuprador, assassino, qualquer coisa ruim. Viramos mais uma esquina, desta vez do outro lado da rua. Adivinha o que nós vimos? Sim, o homem estava vindo em nossa direção. Mas como isso era possível? Estava atrás de nós, em outra quadra agora a pouco, aquilo não podia ser real. Mas era. Viramos e continuamos andando, de modo que ele ainda nos seguia. Fizemos a rota que nos levaria a escola. Chegando lá, eu e o Gu pegamos nossos lugares na janela do segundo andar. Enquanto a aula acontecia, com 10 alunos na sala, eu e meu amigo observávamos lá fora. O velho estava parado, em pé, no portão da escola, olhando para a janela do segundo andar. Mas eu não conseguia ver o rosto dele. Estavamos com tanto medo que não podíamos falar pra ninguém. E se ele fizesse algo conosco? Não, melhor não arriscar. No fim da aula, voltamos por outra rua. Agora o tempo já estava um pouco menos nublado, a visão estava mais nítida, mas ainda continuava deserta. Chegamos em casa sem ninguém nos seguir, não que percebemos pelo menos. O Guga ia almoçar na minha casa naquele dia, e dormir lá também. Almoçamos, brincamos a tarde toda, e finalmente chegou a hora de dormir. Ficamos na sala, em dois colchões que minha mãe colocou no chão. No meio da noite, acordei para ir ao banheiro, e vi que o Gustavo estava sentado numa cadeira, virado de frente pra parede. Perguntei o que tinha acontecido, mas ele parecia com medo, estava pálido e frio. Gelei na hora. Ele disse que tinha visto o homem dentro da casa, no corredor. Com medo, olhei. Ele realmente estava lá, no fim do corredor. Não conseguia gritar, agora nem falar eu conseguia. Apenas peguei pelo braço do Gu e deitamos no colchão, nos cobrindo completamente. Depois de uns 10 minutos, saímos debaixo dos cobertores e ligamos a TV. Sem conseguir dormir, ficávamos conversando sobre aquilo, quando ouvimos um barulho de batida na janela. Como o vidro da janela era ondulado, vimos somente o vulto do ser grisalho, mas nós conseguimos ver que ele estava com o rosto sangrando, e a boca dele estava aberta, como se alguém quebrasse o maxilar dele. A maçaneta começou a mexer, e então eu finalmente consegui gritar. Meu pai acordou assustado, então contei que um senhor tinha nos perseguido a manhã toda, e que agora se encontrava dentro de casa. Meu pai disse que era invenção minha, porque o homem que descrevi já tinha morrido a dois anos, atropelado no rosto por uma moto, quebrando o maxilar e morrendo instantaneamente. Ele ficou um pouco assustado, mas passou. Agora estou casada com o Gustavo, e temos um casal de filhos, que completam 9 anos semana que vem.

domingo, 22 de abril de 2012

Não está abandonada

Meu nome é Catarina, tenho 14 anos. Eu moro numa cidade bem grande, mas em todas as férias do meio de ano eu vou pro interior ficar na casa da minha avó. Lá é bem legal, eu e os vizinhos dela que são da minha idade, brincamos muito, principalmente de jogar bola. Eu adoro jogar, mas não tenho muito jeito. Um dia nós estávamos jogando, e eu chutei a bola muito forte, e caiu no quintal de uma casa que já está abandonada a um tempo. Ninguém teve coragem de entrar por causa das lendas, mas eu nunca acreditei nesse tipo de coisa, então fui sozinha. Procurei a bola em todo canto, mas não estava achando, e de vez em quando eu ouvia ela pingar no chão, mas quando seguia o barulho não havia nada. Fui para trás da casa, apesar de achar que a bola não estaria lá, pois não tinha chutado tão forte. Lá tinha uma piscina enorme, linda, e do lado da piscina eu vi uma menina com a bola na mão. Ela era linda, mas estava muito pálida e encharcada de água, vestia só uma camisola que ia até os pés e tinha a manga bem comprida. Pedi a bola, mas ela disse que só daria se eu brincasse com ela. Claro que eu não aceitei, eu nem a conhecia, mas ela insistia. Falei um não bem grosso, e a expressão dela mudou na hora. Parecia brava. Jogou a bola na piscina e pediu para que eu pegasse. Estava quase entrando, quando ela começou a tossir, como se estivesse engasgada, e saia água da boca dela, junto com sangue. Sai correndo e deixei a bola lá. Contei para meus amigos e nós voltamos para ver, mas não tinha mais nada lá. A noite, como de costume, a minha avó juntou todos na sala, fez chocolate quente e começou a sessão histórias de terror. A primeira história foi a seguinte: Um casal que morava na casa hoje abandonada, teve uma filha, e colocaram o nome dela de Catarina, como o meu. A menina não saia de casa, odiava brincar, então só ficava sentada perto da piscina, mas não entrava porque não sabia nadar. Certo dia, quando os vizinhos dela brincavam do lado de fora, a bola caiu na piscina da casa dela, e os meninos pularam o muro pensando não ter ninguém. Ao vê-los, ela pediu para que saíssem, mas não eles atenderam o pedido de Catarina. Ela tentou correr para chamar sua mãe, mas os meninos empurraram ela na piscina, e ela morreu. Depois disso, todas as pessoas que entram no seu quintal para pegar a bola são mortas. Talvez não imediatamente, mas morrem afogadas.

domingo, 15 de abril de 2012

Studio assombrado

Meu nome é Caroline, tenho 17 anos. Faço aulas de ballet desde que tinha quatro anos, no mesmo Studio. Quando comecei, o Studio era pouco frequentado, e eu não tinha muitas amiguinhas para conversar, então conversava com uma garota imaginária, que tinha 10 anos. Brincavamos muito naquele lugar, e eu gostava muito dela, mas de vez em quando ela me pedia algumas coisas estranhas, como empurrar, machucar as garotas que faziam ballet comigo, e a professora sempre brigava comigo, pois eu obedecia minha amiga imaginária. Fui crescendo e o Studio ganhou várias bailarinas novas, então fui esquecendo a Liliane, como eu chamava minha ‘’amiguinha’’. Me tornei uma excelente bailarina, e hoje danço para fora, em outros estados, mas moro no mesmo lugar e faço aula no mesmo Studio, como já disse. De alguns meses pra cá, comecei a chegar mais cedo para ter mais tempo de ensaiar os meus solos, antes das aulas começarem. Nos primeiros dias, não percebi nada, a não ser a sala um pouco mais abafada, mesmo com as janelas abertas, mas depois de umas duas semanas, coisas diferentes começaram a acontecer. Um dia cheguei bem mais cedo do que de costume, abri as janelas, liguei o ar condicionado e coloquei a sapatilha no pé direito. Quando me virei para pegar o par, não tinha nada. Procurei em todo canto, debaixo da arquibancada, na mochila, mas nada de achar. Sentei no chão e fiquei olhando para o espelho, quando percebi a minha sapatilha pendurada pelas fitas nas cortinas, bem no alto. Achei super estranho, até pensei que estivesse ficando louca, mas apenas coloquei a sapatilha e comecei a ensaiar. Minutos depois, eu fui empurrada com força e cai no chão. Me assustei muito e sai da sala. Tomei café, fui ao banheiro e voltei para a sala, mas desta vez deixei a porta aberta. Comecei a alongar enquanto olhava para os lados. Abaixei a cabeça para tocar os pés, e no momento que eu levantei, vi a cortina mexer, como se o vento batesse nela, mas ela mexeu com força, e quando olhei para fora, não tinha uma arvore se quer balançando, mas decidi ficar com a teoria do vento. Virei de costas para o espelho e voltei a me alongar, quando o aparelho de som da sala ligou sozinho, no volume máximo. Fui saindo bem de vagar, e quando estava na porta, as luzes começaram a piscar rapidamente, e os ventiladores que não funcionam começaram a rodar. Chamei um professor e ele entrou na sala comigo, mas nada aconteceu, de qualquer forma pedi para que ele ficasse perto, caso acontecesse alguma coisa. Liguei o som, e a música que tocava era de arrepiar. Era o barulho do vento, mas se ouvia alguns gritos de socorro e dor no fundo, então simplesmente troquei a música, mas a mesma voltava a tocar depois de 10 segundos. Desliguei na tomada e ensaiei sem música, até que o som liga novamente. Chamei o professor, mas ele não percebeu nada de diferente, estava tudo certo. Estava perto de começar as aulas normais, então sai e fui tomar água. Percebi algo atrás do bebedouro. Eram bonecas, as mesmas que eu brincava quando tinha quatro anos, eram as minhas bonecas, mas estavam rasgadas e com o pescoço virado. Entrei no banheiro, lavei o rosto, e quando fui pegar a toalha de rosto, ela caiu no chão. Tremendo, sai do banheiro e falei para as pessoas que estavam ali o que estava acontecendo, mas claro que ninguém acreditou. Voltei pra casa e contei para minha mãe com esperança de que ela acreditasse, mas nada. Deitei na cama e fiquei olhando para o teto, e de repente a porta do meu quarto range, abrindo bem devagar, mas ninguém entra. Me cobri com o edredom e fiquei imóvel. Segundos depois senti uma respiração cansada perto de mim. Levantei e corri para o quarto da minha mãe, mas ela não estava. Procurei por toda a casa, e quando fui na cozinha, as facas estavam todas foras da gaveta e uma delas rodava. Gritei pela minha mãe e ouvi a voz dela bem fraca vindo do banheiro. Entrei, e ela estava lá, se contorcendo toda, tremendo e sangrando pelos olhos. Liguei para um amigo da minha mãe que o padre da nossa igreja, e ele foi lá em casa. Fez uma espécie de ritual no qual minha mãe foi se curando aos poucos. Enquanto ela se acalmava, ouviamos barulhos e gritos em toda a casa. Foi horrível, mas com muito esforço ela ficou bem, e não conseguia se lembrar de nada. Dias depois, fui ler o meu diário que guardo a nove anos, e na ultima página estava escrito: Você me deixou esperando. Disse que iria brincar de boneca comigo, mas preferiu suas amigas. Agora estou sozinha no escuro, e não posso achar a saída, mas saiba que assim que isso acontecer, coisas piores vão acontecer. Liliane.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Seus irmãos a espera

Meu nome é Elisabete, tenho 42 anos. A 14 anos atrás, meu pai estava prestes a morrer. Eu, meu marido, minha mãe e minha irmã cuidávamos deles pois estava muito doente. Tudo bem até ai, acontece que todo dia, as 20:00h, nós escutávamos passos caminhando por toda a casa, batiam na porta e janelas e ainda ouvíamos barulhos de facas que raspavam na parede, e os cachorros não paravam de latir. Meu marido sempre ia olhar o que estava acontecendo, mas nunca via nada. Isso se repetiu durante alguns dias, até que minha mãe não aguentava mais, e resolveu chamar um padre para conversar com o meu pai, para tentar entender o que ele via, ouvia e sentia, e talvez ajuda-lo. O padre conversou com meu pai algumas horas, e depois pôde nos falar o que provavelmente seria. Os irmãos do meu pai já tinham falecido, e toda noite eles tentavam chamar a atenção do meu pai, para leva-lo junto a eles, e meu pai sabia do que os barulhos se tratavam, mas não contava a ninguém. Acontece que ele, de alguma forma, recusava a deixar este mundo, não queria partir, talvez por medo de nos fazer sofrer. Depois que o padre foi a nossa casa, meu pai finalmente pôde entender e aceitar a morte. E então ele partiu, e tudo está bem agora.

Espírito em casa

Me chamo Paulo, 27 anos. Fui passar o feriado com três amigos numa casa de praia. Compramos cerveja e deixamos na casa, enquanto passávamos o dia na praia. A noite inventamos de fazer um churrasco, então sai para comprar carne e carvão, enquanto meus amigos preparavam a casa pra receber algumas mulheres. O açougue estava cheio, então demoro bastante, ainda mais porque fica bem distante da casa. Quando saí de casa era por volta de 19:00, e só voltei 20:15, mais ou menos. Estranhei assim que cheguei, porque aparentava estar vazio, mas pensei que fosse alguma brincadeira deles. Ao sair do carro, vi um vulto passando pelo lado direito. Entrei na casa e estava tudo escuro, apenas a TV de um dos quartos estava ligada. Quando estava quase entrando no quarto, um menino de mais ou menos 12 anos socou a porta, para abri-la, e saiu correndo diretamente para a sala. Mesmo com medo eu o segui, estava curioso para ver onde ia dar. A sala estava com um cheiro estranho, de mofo com sangue. Parecia que a casa estava desocupada a muitos anos, mas como poderia se eu estava com meus amigos a uma hora atrás ali? Sai para a varanda e fiquei pensando, até ser interrompido por um grito horrível que vinha, novamente, da sala. Corri para verificar, e dessa vez tinha um corpo de uma criança se retorcendo no chão. Dava perfeitamente para ouvir seus ossos se deslocando, e alguns saiam do corpo. Foi horrível, segurei para não vomitar. Quando ele percebeu minha presença, se levantou bem devagar e começou a vir em minha direção. Corri para o quarto e fiquei escondido no banheiro. Fiquei lá alguns minutos, e sai para ver. Fiquei olhando o quarto pela fechadura da porta do banheiro, mas não acontecia nada. Sentei perto da banheira e fiquei pensando no que ia fazer, no que tinha acontecido, quando de repente uma mão cravou as unhas nas minhas costas e tirou. Quando olhei para trás, lá estava o corpo do menino, dentro da banheira. Corri de novo para a varanda, e para minha surpresa, tudo estava normal. Meus amigos estavam lá, assando carne, bebendo cerveja e rindo. Fiquei muito confuso, mas resolvi não contar para ninguém, pois iam achar que eu estava louco. Em um outro dia, resolvi pesquisar sobre a região, ver se achava alguma coisa sobre aquela casa, alguma história que se encaixasse com o que aconteceu. Achei uma história no site em que alugamos a casa, em um comentário que dizia que a vinte anos atrás, um menino de 12 anos morava com o pai e a madrasta, e sua mãe tinha morrido em um acidente de carro. Seu pai e madrasta o odiavam, e sempre judiavam dele, cortando-o com tesouras, o queimava com colher, água fervendo, até que um dia o menino tentou revidar uma das agressões, e o pai e a madrasta retalharam o menino com cortador de grama, bateram o cortador em seu rosto, e em todo corpo, até quebrar todos os seus ossos, e claro, retalharem seu rosto. Depois disso o esconderam no quarto, debaixo do guarda-roupas, mas ele foi encontrado semanas depois por uma empregada que não aguentava mais o cheiro e resolveu olhar. A possível explicação para meus amigos terem desparecido, é que o menino queria que eu o visse, pois batia muito no meu filho, mas agora aprendi a lição. O pai e madrasta do menino foram presos e mortos na cadeia, mas essa já é uma outra história.

terça-feira, 27 de março de 2012

A velha da quermesse

Meu nome é Jean, tenho 16 anos. Moro nos Estados Unidos a um ano, e aqui é normal ter quermesses, principalmente quando não é uma cidade muito grande como a que eu moro. Eu e alguns amigos fomos em uma quermesse a alguns meses, e eu claro, levei minha câmera. Tirei várias fotos, e depois de ir em alguns brinquedos fui olha-las. As primeiras fotos ficaram um pouco embaçadas, o que não é muito comum. Na próxima foto, observei uma mancha preta bem no fundo da imagem, e a partir dessa, todas mantinham a mesma mancha. Passei a tirar fotos com o zoom ligado, e as fotos começaram a ficar mais perceptível em relação a mancha. Quando chegou bem perto, vi que a tal mancha era uma mulher, bem velha, vestida de preto e segurava uma vela vermelha na mão. Fiquei super assustado, e passei a procura-la em toda a quermesse, e nada de encontrar a velha. Fui ao banheiro. Estava com um cheiro horrível, parecia que tinha um bicho morto, então sai de lá. Voltei para casa e coloquei as fotos no computador, mas a mancha que na verdade é uma mulher, estava mais próxima da lente do que quando tirei as fotos. Desta vez, pude ver o rosto dela, e me arrependi. Seu maxilar estava solto, mole. Seus olhos eram bem pretos, e escorria sangue, sangue que pingava na vela, e a deixava vermelha. Liguei para dois amigos para eles comprovarem o que eu tinha visto. Desliguei o telefone e apoiei meus cotovelos sobre a mesa do computador. Num momento de distração, olhei para o espelho que fica atrás do monitor, e vi a velha da quermesse na porta do meu quarto, parada, na mesma posição, com os mesmos detalhes. Fiquei apavorado e deitei na cama, me cobrindo completamente. Meus amigos chegaram, mas eu só sai das cobertas quando eles entraram no quarto. Fechei a porta e mostrei as fotos para eles. Ficaram bem assustados também, mas disseram para eu não ficar preocupado, porque seria alguém brincando. Depois contei do que vi no meu quarto, mas não acreditaram, disseram que isso já era de mais, e pediram para eu parar com essa besteira. Acontece que não era besteira, aquilo era real, e eu sabia disso. Chamei minha avó, que antigamente mexia com o paranormal, e ela acreditou em mim, ainda disse que era perigoso. Aquilo me deixou ainda mais apavorado. Minha avó tentou me acalmar dizendo que ia resolver aquilo. A noite, nos sentamos na sala, e ela fez um ritual pouco agradável. Durante esse ritual, eu ouvia gritos, vozes, e até cheiro de sangue eu senti. Minha avó disse que a velha falava com ela, e ela contou a história da quermesse.
A velha trabalhou na quermesse anos atrás, como faxineira. Ela limpava o banheiro masculino quando três jovens bêbados entraram, e espancaram a mulher no banheiro, com pedaços de paus e ferro. Antes de morrer, eles a afogaram no vaso sanitário, bateram seu rosto contra a parede várias vezes, até deformarem seu rosto. Esconderam e velha no armário do banheiro e sumiram com a chave. Acharam ela dois dias depois, mas seu espírito continuou a vagar por toda a quermesse.
Minha avó começou a tremer, e tentava respirar, mas alguma coisa parecia enforca-la. Meu amigo mais velho levou ela a um hospital, e ficou tudo bem.
Fui visitar ela alguns dias depois. Ao entrar no quarto, senti um ar bem pesado. Minha avó mal conversava, só pedia para que eu não entrasse no banheiro. Esperei ela dormir, e entrei no banheiro para ver o que estava acontecendo. A mulher estava no espelho, e quando eu olhei para ela, a vela que ela segurava se apagou. Sai correndo dali, e ao abrir a porta do banheiro, a velha estava ao lado da cama da minha avó. Peguei minha avó sem olhar para o lado, e sai dali no mesmo instante. Ela esta morando com o meu avô em outro estado aqui dos EUA. E até ontem, eu não vi a tal mulher.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Escola assombrada

Meu nome é Sabrina, tenho 16 anos. Moro em uma cidade bem pequena, com aproximadamente cinco mil habitantes. Minha escola tem 400 alunos, e é lá que aconteceu uma das coisas mais assustadoras que já vi. A muitos anos, antes deu nascer, um jovem de 14 anos foi assassinado misteriosamente, e o suspeito não foi descoberto até hoje. Depois da morte dele, a maioria dos alunos começaram a sentir cheiros estranhos no banheiro, alguns desmaiavam quando passavam pelo corredor, e as funcionárias da escola contam que sentem empurrões e cheiro de sangue por toda a escola. A alguns meses, eu e minhas amigas andávamos pela escola na hora do intervalo, quando uma delas decidiu ir ao banheiro, e nós a acompanhamos. Eu e outra amiga ficamos nos olhando no espelho, enquanto Brenda entrava no banheiro. Ela demorava lá, e nós ficamos preocupadas. Abri a porta devagar para ver o que havia acontecido, e vi minha amiga ajoelhada, com a cabeça dentro do vaso sanitário, o corpo mole e muito pálido, principalmente o rosto. Levantei-a, com esperança de que estivesse viva, e de repente ela começou a murmurar umas palavras estranhas em um idioma diferente, o qual não pude identificar. Ela puxava o ar de vez em quando, como se estivesse voltando ao normal. Percebi que ela começou a falar nossa língua, mas ainda possuída. Ela dizia palavras sem sentido, como: Caixão, água, garoa, entre outras que não se encaixavam. Ela amoleceu todo o corpo por alguns instantes e logo começou a sangrar pelo nariz, boca, orelhas e olhos. Passei a mão em sua boca para limpar o sangue, e seus dentes começaram a cair, um por um, até que não restasse nenhum em sua boca. As pontas de suas unhas quebraram, fazendo-as sangrar. Coloquei a mão em sua cabeça e acariciei, tentando acalmá-la (não sabia o que estava acontecendo), e seus cabelos caiam em tufos na minha mão. O banheiro estava lotado de gente, mas ninguém sabia o que fazer, até que a funcionária mais velha da escola entrou. Ela olhou nos olhos da Brenda que estavam sangrando e disse umas frases bíblicas, e segundos depois minha amiga caiu no chão. A levamos para um hospital, mas não pudemos saber o que estava acontecendo. Eu e alguns familiares dela esperamos até a noite para saber. O médico disse que não havia nenhuma explicação para aquilo. Seus ossos da perna estavam remoídos, e seus órgãos tinham um desenho estranho, que pareciam pentagramas, mas que já estavam se curando.
Não fui a escola no dia seguinte. Dois dias depois do ocorrido, voltei a rotina normal. Perguntei a faxineira antiga como ela havia curado Brenda, e ela me contou que a anos atrás, a escola era um centro de concentração, parecido com o de Hitler, mas as pessoas sacrificadas eram crianças, jovens deficientes, mulheres grávidas e animais, tudo para fazer rituais satânicos. Vários padres foram a escola benzer, mas nenhum conseguiu terminar o trabalho, eles saíam com medo, apavorados com as coisas que viam e ouviam.
Eu e muitas pessoas mudamos de escola, minha amiga ficou bem, e nada mais nos atormenta.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Morte na ponte

Meu nome é Clara, tenho 26 anos. Moro em uma pequena cidade do interior, na qual só se chega atravessando uma ponte, e tem que ser a pé. Essa ponte é bem estreita, aproximadamente 2,5 m e largura, e em baixo passa um córrego um tanto pequeno, porém com uma correnteza bastante forte, e essa ponte também é palco de algumas lendas as quais escuto desde bem pequena. Bem, um certo dia eu fui ao mercado, que fica a duas quadras depois da ponte, e no mercado encontrei três amigas que me convidaram para tomar cerveja em um barzinho próximo ao local. Ficamos lá por algumas horas, e só voltamos para casa ao anoitecer. Elas me deixaram na frente do mercado, para que eu pudesse seguir a pé até a minha casa. Não tinha dado nem cinco passos quando o ar começou a ficar um pouco mais frio, e ia oscilando a cada instante, mas nunca ficava quente. Achei bem normal, já que na minha cidade a temperatura não é nem um pouco previsível, quase sempre contrariando a meteorologia passada pela televisão. A poucos passos da ponte, vi a sombra de uma mulher, que estava parada olhando a água correr o seu curso natural. Fui me aproximando, e pude perceber seu rosto bem pálido, e ela estava usando uma roupa branca, um vestido logo muito bonito. Decidi passar pelo outro lado da ponte, mas não faria tanta diferença, já que era muito estreita. Cheguei bem perto, e senti meus dedos congelarem, e uma ventania muito forte passar pela ponte. Fiquei mais assustada quando vi aquela mulher vindo em minha direção. Ela parou na minha frente, e sorriu, mas estava com lágrimas de sangue nos olhos. Ela perguntou onde eu tinha escondido o filho dela, e eu claro fiquei calada. Ela começou a ficar irritada, e de repente perdeu o ar. Tentava puxar o ultimo fôlego do pulmão, que não vinha, e então ela gritou, e em seguida quebrou o seu próprio pescoço, caindo da ponte de cabeça nas pedras. Olhei para cima desesperada, e ao retornar o olhar para a água, não vi mais nada nem ninguém. Cheguei em casa com medo, e tentei lembrar de alguma lenda que poderia se encaixar com o ocorrido. Lembrei da história da mulher que fugiu de casa porque estava grávida, e não queria que ninguém soubesse, principalmente seu marido, por um motivo bastante óbvio: ela deu a luz a um bebe em cima da ponte, porém o bebê não era de seu marido. Então ela jogou a criança no córrego, mas se arrepende muito, e então se matou, pulando da ponte em cima das pedras. Mas isso já passou, agora tento evitar o máximo aquela ponte, e quando preciso mesmo usa-la, aproveito a luz do dia. Tudo está bem agora, exceto por eu acordar com o choro de um bebê toda manhã.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Garoto no milharal

Meu nome é André, tenho 16 anos. Passei todas as minhas férias no sítio, no qual aconteceram coisas estranhas comigo e com os meus primos. Faltavam 4 dias para o fim das férias, quando nós começamos a acampar perto de uma mata que tem no local. No segundo dia as coisas ficaram diferentes. Estavam todos lá, em volta de uma fogueira, fazendo milho assado, até que acabou o milho, e me pediram para ir buscar. O milharal fica bem próximo, menos de 20 metros, então eu fui sem me preocupar. No começo não tinha muito milho bom para o consumo, então eu entrei mais pra dentro do milharal, o problema é que estava escuro e eu quase não conseguia enxergar. Fui pegando qualquer um que eu sentia, e colocava dentro da cesta. Já estava quase cheia, quando fui pegar os últimos milhos, mas na hora em que eu agarrei o pé, senti apertar uma mão de criança. Fiquei assustado, mas pensei que fosse só impressão minha. Voltei com a cesta, e quando estava próximo de chegar na saída da plantação, alguma coisa parou na minha frente, e ficou olhando para mim, mas eu não conseguia ver o que era. Aquilo vinha se aproximando cada vez mais, então eu deitei na terra e me cobri com a cesta, deixando todos os milhos caírem. Tentei gritar, mas minha voz não saía. As coisas já haviam se acalmado, então resolvi sair daquele lugar o quanto antes. Quando tirei a cesta do rosto, vi um garoto todo ensanguentado, com os dedos mutilados e a barriga aberta, com os órgãos aparecendo. Gritei bem alto, e dessa vez saiu além do que eu imaginava, e todos correram assustados para ver, mas já não havia ninguém ali. Eu não quis continuar ali, então convenci meus primos que seria melhor não continuarmos acampando. No outro dia voltamos lá para tentar achar alguma coisa, mas não tinha nada além da cesta cheia de milhos e com muito sangue sobre ele. Perguntei aos meus avós se eles sabiam de algo, e minha avó disse que antes do sítio ser comprado, uma criança morreu no milharal. Ela tentava fugir do seu pai, e foi atingida pelo mesmo com um tiro na cabeça. Não contei para meus avós o que eu tinha visto, só perguntei e fui embora no mesmo dia, deixando-os curiosos. Eu ainda volta lá de vez em quando, mas nunca mais acampamos em nenhum lugar daquele sítio.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Fantasma na fazenda

Meu nome é Laura, tenho 13 anos. Todo fim de semana eu vou para a fazenda da minha avó, que mora com mais duas tias. A duas semanas, eu resolvi levar uma amiga para ir dormir lá comigo, já que é um lugar enorme e tem muitas coisas pra fazer. Passamos uma tarde inteira brincando, tirando leite, pegando ovos, lavando os cavalos, cortando a grama, fizemos pães, bolos, tortas e geleia. Um dia maravilhoso. Minha avó e minhas tias vão dormir sempre 21:00h, mas como eu tinha levado uma amiga elas deixaram que nós ficássemos até mais tarde assistindo TV, ou brincando ali na sala, mas claro que eu não ia me conter de ficar só na sala, então chamei minha amiga pra ficar conversando na área. Passei um café, peguei algumas bolachas e ficamos ali um bom tempo. De repente o cachorro começou a latir para o nada, mas nós deixamos de lado, já que esses cães de sítio latem por qualquer bobagem, e continuamos lá. Ficamos contemplando as estrelas, quando vimos uma garota toda de branco sair da escuridão. Ela andava muito lentamente em nossa direção. Seus cabelos voavam ao vento, mas não dava para ver o seu rosto. Seu vestido branco de mangas longas mexia muito, e nós podíamos ouvir um cantarolar bem baixo. Seu passo lento começava a acelerar, e o vento ficava mais forte. Ficamos com medo e entramos, apagamos as luzes e deitamos no mesmo colchão. Mudamos de assunto para tentar esquecer aquilo tudo, e depois de alguns minutos ficamos apenas deitadas assistindo televisão. Meia hora depois mais ou menos, ouvimos batidas nas janelas e na porta. O som ia e vinha, a todo instante. Levantei para verificar se a porta e as janelas estavam devidamente trancadas, e minha amiga atrás de mim. Ao olhar pelo vidro da porta, vimos a garota de branco parada, olhando pra gente. Da sua boca escorria sangue, e faltavam vários dentes na boca dela, pude perceber enquanto ela cantava uma música grotesca. Não conseguia ver seus olhos, parecia que ela não tinha, e que eram apenas dois buracos negros de dar medo, e ela tinha uma forte marca vermelha no pescoço. De repente ela começou a gritar e a bater na porta, querendo entrar. Tranquei mais uma vez a porta e corri para chamar minha avó, mas quando fomos ver de novo não havia mais nada lá. Quando amanheceu fomos ver o lugar de onde a menina tinha saído, e achamos uma corda toda ensanguentada, mas o sangue estava seco, como se estivesse ali a muito tempo. Perguntei pra minha avó se ela sabia de alguma história da fazenda, e ela disse que tinha uma lenda que dizia que naquele lugar, muito antigamente, os padres enforcavam as crianças que estavam possuídas, e que já não tinham chances de cura. Mas ela não acreditava naquelas histórias, já que ela nunca tinha visto nada. Só sei que não voltei mais na fazenda, e agora eu passo o fim de semana na casa da minha amiga, e nós sempre falamos sobre o assunto.

A criatura do hotel

Meu nome é Joaquim, tenho 23 anos. Ano passado eu e mais dois amigos decidimos viajar no carnaval, já que nenhum de nós gosta e a nossa cidade fica lotada nessa época do ano. Nós fomos pra bem longe, em um hotel que fica no meio das montanhas, um lugar bem bonito. Durante o dia ficamos na varanda conversando e bebendo, e quando a noite chegou entramos pro quarto, pois já estava ficando frio lá fora, mas continuamos a conversar e beber lá dentro. Por volta de 01:00h nós resolvemos dormir. Eu tenho um problema para dormir fora de casa, então quando todos já haviam dormido eu sai e fiquei sentado na varanda olhando o céu. De repente comecei a ouvir o mato se mexer, mas nem dei moral, pois poderia ser um gato ou qualquer outro animal. Depois de alguns segundos, a cadeira que estava próxima a mim arrastou-se para trás. Nessa hora eu já estava ficando preocupado, mas continuei ali parado como se não estivesse vendo nada daquilo. Minutos mais tarde, vi algo correndo em volta da casa. Ouvia passos fortes, via uma sombra grande se mexer o tempo todo. Corri para o quarto para contar pros meus amigos, mas só um estava lá. Perguntei se ele sabia onde o João estava, mas a resposta era não. Procuramos por todo o hotel, até que o achamos caído no chão, com o braço todo cortado. Perguntamos o que havia acontecido, mas ele só se lembra de ter acordado ali, e logo depois viu uma coisa grande e preta pular no meio do mato. Resolvi que ia descobrir o que era aquilo, e fui apoiado pelos meus amigos. Ficamos na varanda esperando aquilo chegar, e de repente começamos a levar pedradas, mas não iria sair dali de jeito nenhum, então coloquei a cadeira na frente, e fiquei observando por uma pequena brecha. O apedrejamento parou, e surgiu do meio da escuridão uma criatura horrível. Seu rosto era completamente desfigurado, como se estivesse sido queimado, o seu corpo era fino, suas mãos grandes e sem unhas, e os pés virados para o lado. Aquela coisa vinha se aproximando cada vez mais e todos morrendo de medo. Quando o bicho pisou na varanda, ouvimos um homem dizer umas palavras horríveis, coisa de satanista, e logo em seguida o bicho gritava alto, com uma voz de arrepiar, e se contorcia, até que não aguentou e saiu pulando no mato e sumiu. Pegamos nossas coisas e saímos dali na mesma hora, e nunca mais retornamos lá. Mas isso não quer dizer que a criatura não venha nos visitar.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O velho da fazenda

Meu nome é Júlio, tenho 17 anos. Meses atrás eu e meus amigos combinamos de passar o fim de semana em uma fazenda que tem no bairro vizinho. O dono da fazenda é bem estranho. Um velho mal encarado, andando de bengala pra lá e pra cá naquele lugar, e na maior arte do tempo ele fica sentado numa cadeira de balanço que fica na varanda. Sempre que alguém aluga a fazenda para fazer festa, ele fica dormindo numa espécie de celeiro, que fica ali mesmo na fazenda, mas bem para o fundo. Tudo estava pronto para a festa. Nossos amigos estavam todos lá, bebendo, dançando, cantando, todos estavam se divertindo. Mais tarde eu fiquei apertado para ir ao banheiro, mas a fila era grande, então decidi fazer lá fora. Quando abaixei o zíper, e olhei para frente, lá estava o velho, parado ao lado da porta do celeiro, apoiado na bengala e me olhando muito bravo. Fiquei assustado então entrei na casa novamente. O freezer no qual ficava as bebidas estava para o lado de fora, então eu fui pegar uma bebida. Olhei para todos os lados, para ver se o velho estava lá, mas não vi nada. Ao fechar o freezer, vi o velho em pé, apoiado na bengala, mas desta vez ele estava bem mais perto. Entrei mais assustado ainda. Já era bem tarde, e eu estava bem cansado, então fui lá fora sentar nas cadeiras, e já nem lembrava mais daquele homem. Fiquei sentado ali numa das duas cadeiras, com os olhos fechados, e uma revista sobre o rosto. Dormi alguns minutos, quando fui acordado pela revista que caiu no chão. Quando eu abri o olho, lá estava o velho, sentado na cadeira de balanço de frente para mim, me olhando com raiva e resmungando baixo. Corri pra dentro e chamei dois amigos meus. Contei que o dono da fazenda estava lá fora bravo por algum motivo, e eles riram da minha cara, dizendo que o dono da fazenda já havia morrido a mais de cinco anos, e quem cuidava da fazenda agora era sua esposa. No outro dia, quando fomos arrumar parte da bagunça, eu, muito curioso, decidi perguntar a mulher como o velho tinha morrido, e ela disse que a anos atrás, um grupo de amigos alugou a fazenda. Já estavam todos bêbados, quando aquele senhor foi pedir para eles pararem a música, então ficaram irritados e mataram ele a pauladas. Eu não entendi porque o velho apareceu justamente para mim, mas fiquei tranquilo, e depois disso nunca mais aluguei a fazenda. De tempo em tempo, quando passo em frente a fazenda, ouço gritos de alguém sofrendo, e quando olho vejo apenas aquele homem andando pra lá e pra cá.

Carona do medo

Meu nome é Helena, tenho 22 anos. A poucas semanas, estava viajando para uma outra cidade com a minha filha. Íamos visitar a minha mãe que mora na divisa, e que já estava bem debilitada. Saímos de casa por volta de 20:00h, para chegar lá antes da meia noite, horário que ela chega da clínica de tratamento especialmente para a doença dela. Estava já bem longe de casa, quando uma mulher pediu carona, e eu atendi. Ela entrou, perguntei o seu nome, e depois começamos a conversar sobre vários assuntos, coisas de mulher, quando no meio de uma conversa ela tocou no assunto morte. Achei estranho ela ficar fazendo perguntas sobre isso, perguntando como deve ser quando você morre, de qual forma eu gostaria de morrer e coisas do tipo. Pedi para que ela parasse com aquilo, pois a minha filha é uma criança e poderia ficar assustada. Quando eu disse isso a mulher se irritou, e começou a fica agressiva, a bater no banco de trás com muita força. Eu estava desesperada e ordenei que ela parasse e descesse do carro. Tudo ficou em silêncio. Quando olhei para trás a mulher estava toda ensanguentada, deitada no banco cutucando as fundas feridas da perna e murmurando alguma coisa, a qual só pude entender depois de prestar bastante atenção. Ela dizia para eu tomar cuidado com a estrada, pois perto dali tinha uma curva muito grande, curva na qual o carro dela teria capotado, matando ela e a sua irmã de 5 anos.
Resolvi não gritar, nem fazer qualquer barulho para minha filha não ficar ainda mais assustada. Continuamos andando, até que chegamos na tal curva. O carro estava completamente destruído, como se um peso de mil toneladas caísse sobre uma lata de alumínio. Olhei novamente para trás e não tinha mais nada lá, e depois disso eu nunca mais vi algo parecido.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Lençol branco

Meu nome é Julia, tenho 16 anos. Na nossa família, é costume velar as pessoas na própria casa, e à dois anos isso aconteceu com a minha tia. Ela morreu de manhã, e foi velada já no começo da tarde. A casa dela era enorme, e tinha a área da frente era bem grande, e nessa área é que ficou o caixão dela. Ficamos todos sentados na varanda, lamentando. Minha mãe estava muito nervosa, então fui até a cozinha buscar um copo d’água pra ela. Na cozinha tinha uma porta de vidro que dava para a lavanderia. Quando eu me virei para pegar o copo, vi um vulto branco passando, então entrei na lavanderia para olhar o que era, mas não vi nada. Quando eu sai, e fechei a porta, vi no reflexo do vidro um lençol branco parado atrás de mim. Olhei muito assustada, mas novamente não havia nada. Levei o copo de água pra minha mãe e voltei na cozinha para pegar minha bolsa que tinha esquecido. Procurei em tudo, mas não estava achando. Olhei para a porta e a bolsa estava lá, pendurada no trinco da porta, para o lado de dentro. Mas eu não a tinha deixado lá, eu havia a colocado em cima da mesa. Abri a porta e peguei, e ao fechar a porta vi de novo o lençol branco. Dessa vez fui indo de costas, olhando para o vidro, para ver a que horas aquilo sumiria. Foi só o tempo deu piscar os olhos para desaparecer. Sai de lá e sentei do lado da minha mãe, que já estava bem mais calma. Começamos a conversar, e ela ia falando das histórias da minha infância, até que uma hora ela disse que a minha tia adorava me assustar colocando um lençol no corpo, e que eu morria de medo daquilo. Bom, parece que não mudou muito. Depois do velório eu nunca mais vi ela, e a casa foi vendida, mas a mulher que comprou a casa liga para a minha mãe(foi ela que vendeu a casa) dizendo que ela esqueceu lençóis brancos na lavanderia.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A menina do sótão

Meu nome é Cristiane, tenho 16 anos, mas a história que eu vou contar aconteceu quando eu tinha 8 anos. Minha casa era de dois andares, mas como eu tenho muitos irmãos, e sou a mais nova, eles ficaram com os melhores quartos e deixaram o sótão pra mim. Eu gostei bastante, porque eu fazia o que queria, e não atrapalhava ninguém. Toda noite, nossa família se reunia na sala antes do jantar, e nós conversávamos sobre vários assuntos. Quando chegava na parte de histórias de terror, meu pai pegava a lanterna, apagava as luzes, e começava a contar. Teve uma noite em que eu precisei usar a lanterna no meu quarto, e na hora de descer para ouvir as histórias acabei esquecendo. Meu pai pediu para eu ir buscar, e eu fui. Quando eu entrei no meu quarto, tinha alguém debaixo do lençol da cama. Eu sou muito corajosa, então levantei para ver o que era, mas não tinha nada. Procurei a lanterna em todo canto, mas não achava. Olhei em baixo da cama, e quando eu abaixei, vi dois pés balançando, como se alguém estivesse sentado nela. Quando ergui minha cabeça, tinha uma menina, muito feia, com a boca aberta, e toda escura, os olhos brancos e o cabelo preto. Eu dei um grito e todos foram lá ver, mas não acharam nada. Passei a ver essa menina três noites seguidas, e meus pais começaram a ficar preocupados. Passei a dormir no quarto de minha irmã, mas nos mudamos meses depois, e eu fiquei muito feliz. Nunca mais vi essa menina, mas aparece marcas de unhas arranhando o meu lençol todas as noites.

O garoto demônio

Meu nome é Marcio, tenho 18 anos. Ano passado, eu fui até a fazenda da minha avó, porque ela mora sozinha lá e é bem velhinha, então fui lá para cuidar dela. Todas as noites, nós sentamos no banco da varanda, e ela fica contando histórias pra mim, e isso acontece desde que eu era criança. Ficamos lá na varanda tomando café e conversando. Ela entrou na casa para pegar biscoitos para comermos molhados no café. De repente ela gritou muito assustada, e eu fui correndo ver o que era. Segurei ela tremendo, e perguntei o que tinha acontecido. Ela disse que tinha alguma coisa lá fora, um menino, mas ele ficava feio de uma hora pra outra. Não entendi nada, mas resolvi leva-la pra cama, pois ela já estava cansada. Pensei que ela estava ficando esclerosada, e deixei isso passar. Quando eu fui lá fora recolher as coisas, percebi um barulho nas plantas dela. Eu vi uma cabeça saindo de lá, de um menino, então entrei correndo pra dentro de casa, e tranquei tudo. Deitei na cama dela e dormi. Duas horas depois eu levantei para ir ao banheiro. Já estava lá a 30 segundos quando vi alguma coisa passando na janela, mas eu já tinha esquecido aquele menino, então pensei que fosse outra coisa. Quando eu fui lavar as mãos, percebi que a coisa estava parada na janela, e então eu resolvi encarar, pra ver se ia embora. Quando eu olhei levei um susto muito grande. O menino era muito feio. Não podia ver os seus olhos, eram apenas buracos negros, a sua boca era enorme, com os dentes grandes e afiados, e ele olhava bravo pra mim, mas eu não tirava os olhos, até que ele saiu. Voltei pra cama e fiquei deitado, sem conseguir dormir. Depois de alguns minutos, começaram a bater na porta do quarto. Mas eram batidas desesperadas, como se alguém quisesse abri-la no soco. Minha avó pegou uma pistola que era do meu avô, que ficava escondida dentro do armário, e deu um tiro na porta. Uma voz horrível gritou, era grossa, mas afinava de vez em quando. Gritou e saiu. Ouvimos o telhado quebrar, mas só isso. Nós só saímos do quarto quando o dia clareou. Olhamos o chão e estava cheio de sangue e pegadas de criança. A varanda estava cheia de pássaros sem cabeça, ou sem alguma asa. As oito vacas que minha avó tinha estavam mortas com mordidas profundas. Ninguém sabe porque isso aconteceu, e minha avó não mora mais lá, mas as pessoas do sitio reclamam da morte de gado e dos pássaros mortos que aparecem na varanda da casa delas toda manhã.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O Hospital Psiquiátrico


Meu nome é Nicolas, tenho 52 anos. Sou vigia noturno de um prédio o qual pessoas dizem ser mal-assombrado. Esse prédio foi fechado em 1926. Era um hospital psiquiátrico infantil, para crianças até 15 anos, até que uma virose inexplicável atingiu todo o prédio, e todas as crianças, funcionários e guardas morreram. Alguns jovens vem até aqui para usar drogas a noite, e alguma pessoas que gostam desse tipo de coisa paranormal vem aqui para testemunhar esse tipo de coisa, e é por isso que eu fico no prédio, para impedir que ele seja invadido. A cinco semanas mais ou menos, eu estava vigiando o quarto andar do prédio, e percebi uma movimentação estranha no corredor. Corri pra ver o que era, mas não achei nada nem ninguém, então gritei para sair do prédio, pois aquilo era invasão, e quando eu terminei de gritar, o encanamento caiu. Eu levei um susto muito grande. Corri para o primeiro andar, e ouvi vozes de crianças, aparentemente sofrendo. Achei que alguém poderia estar lá, machucando crianças, mas de novo, não tinha nada. As macas foram deixadas no prédio, pois já eram inválidas. Logo depois de ouvir as crianças, vi as macas se movendo brutalmente no quinto andar, e comecei a ficar assustado, mas o meu trabalho é verificar, então fui lá ver, mas nada. Quando eu sai do quarto de macas, vi uma velha puxando uma criança pelo braço, virando o corredor, mas só com a luz da lanterna não deu pra ver quem era, fui correndo atrás, com muitas esperanças de pegá-la, já que estava bem devagar, mas quando virei o corredor não vi nada além do escuro. De repente ouvi muitas vozes, pedindo ajuda, e todas elas infantis. Não sabia o que estava acontecendo, então corri para a primeira sala que vi. Na sala tinha uma cadeira, parecida com essas de dentistas, mas tinha uma espécie de cinto de ferro, como se fosse para prender a cabeça, e nos pés também tinha o mesmo cinto, assim como nas mãos. Iluminei atrás de um balcão velho, e vi uma criança desaparecer ali. Fiquei desesperado e sai de lá correndo. Quando estava descendo a escada do segundo andar, senti algo puxando fortemente minha perna, e minha reação foi dar um chute. Quando fiz isso escutei um grito de dor, mas não liguei e fui embora do prédio. Pedi demissão no dia seguinte. Alguns dias depois, quando já tinha me recuperado do susto, pesquisei a história do antigo hospital psiquiátrico, e descobri que uma enfermeira pegou uma doença super contagiosa, que naquela época não tinha cura nem tratamento, mas ela não avisou a ninguém, e ela passou essa doença para uma criança, que foi obrigada a repassar, e repassar, até que infectasse todos. Logo que todos morreram, um incêndio tomou conta do quarto andar, e mataram os vigias noturnos de lá. Depois disso o prédio foi interditado de vez, e nunca mais houve nenhum vigia, além de mim. Mas depois que sai, não ouvi mais falar de ninguém que tenha pego o cargo.

Minha filha possuída


Meu nome é Alice, tenho 34 anos e uma filha de 8 anos e sou viúva. Meu marido trabalhava no exército, então nós nos mudávamos muito, todo ano praticamente. Mas no ano retrasado ele sofreu um acidente em treinamento e faleceu. Então nós não nos mudamos mais. Essa casa sempre teve uma energia estranha, mas nada como o que aconteceu a cinco meses. Esta casa tem três quartos, dois de casal, bem grandes, e um pequeno que era da minha filha. Um dos quartos de casal era onde meu marido guardava as roupas e equipamentos do exército, mas assim que ele morreu tudo foi devolvido para lá, então fiz desse quarto, um novo para minha filha. Na hora de trocar o papel de parede, percebemos algumas marcas nas paredes. Alguns riscos que formavam palavras, mas nenhuma fazia sentido. Depois da reforma, a minha filha passou a falar sozinha, e dizia que tinha um amigo imaginário. A partir disso, de vez em quando ela fazia algumas coisas diferentes. Em um dia a babá dela ligou no meu trabalho dizendo que minha filha estava no telhado da casa, dizendo que ia se jogar para a felicidade. Fui correndo pra casa, e quando cheguei ela estava sentada lá em cima, agarrada na calha. Perguntei o que ela estava fazendo lá, e como conseguiu subir, e ela me disse que o amigo dela disse pra ela fazer isso, e a ajudou a subir. Pedi pra ela descer, e ela obedeceu. Outro dia nós jantávamos na sala, vendo televisão, e ela olhou pra trás e começou a conversar, como se realmente tivesse alguém ali com ela. Fiquei muito curiosa, então perguntei a ela como esse garoto era. Ela disse que tinha a idade dela, mas ela falou com uma cara feia, sendo arrogante comigo. Cheguei mais perto pra conversar e ela me deu um tapa, gritando que eu era muito chata e queria mata-la. Aquilo me deixou super preocupada, e eu a deixei de castigo, pensando no que fez, enquanto eu chamei minha mãe para ajudar. Pois a babá tinha pedido demissão por razões que ela não quis esclarecer. Quando voltei do trabalho para almoçar, minha mãe estava chorando no sofá. Perguntei o porque, e ela disse que minha filha estava gritando no quarto, mas não conseguia abrir a porta. Tentamos arrombar a porta, mas nada. Comecei a chorar e chamei a policia. Quando desliguei o telefone, minha filha saiu do quarto, com o ursinho que ela tanto gosta, rasgado. Eu fui atrás dela, e ela virou pra mim e começou a falar muitos, mas muitos palavrões. Agarrei pelo braço, e ela ficava tentando me morder, e gritava muito. Levamos ela ao médico, e tive que ficar segurando as pernas, enquanto minha mãe segurava os braços. O médico disse que ela tinha hematomas internos e cortes também. O médico disse que o irmão dele era padre, e que já tinha visto casos como esse. Minha filha estava possuída. Fomos correndo para a igreja, e o padre arrancou o bicho da minha filha. Ela ficou de repouso por algum tempo, e agora está tudo bem.

Igreja assombrada


Meu nome é Felipe, tenho 20 anos. Cheguei nessa cidade no ano passado, por causa de uma transferência da minha mãe, que é gerente de banco. Mesmo tendo bastante dinheiro, eu gosto de trabalhar e ser independente, mas aqui na cidade não conseguia arrumar nenhum emprego. Perto da casa onde ficamos, tinha uma igreja, e eles precisavam de alguém para varrer o pátio e limpar dentro da igreja. Eu aceitei, e comecei no dia seguinte. Varri todo o pátio, e esperei a missa acabar para que eu pudesse começar a limpeza. Depois de mais ou menos meia hora que tinha terminado de varrer, a missa acabou, e todos saíram, menos uma mulher. Ela ficou no primeiro acento, em frente ao altar. Parada ali, como se estivesse vendo alguma coisa. Fui falar com ela, para sair, pois eu precisava limpar. Quando encostei nela, seu pescoço girou de uma vez, e estralou. Ela caiu no chão, içando parada ali, e eu pensando que estava morta. Ela se levantou e começou a rastejar, muito rápido, e vinha em minha direção. Corri para o altar, e peguei um pote onde tinha água benta, e joguei na mulher. O corpo dela ficou estranho, começou a estourar bolhas, como se ela estivesse fervendo, e de novo, seu pescoço virou, mas desta vez, deu duas voltas, e o sangue começou a escorrer da boca dela. A porta da igreja que estava entre aberta, bateu com toda a força. Corri para a secretaria, e chamei um homem que trabalha lá. Ele chamou a policia, e retiraram o corpo de lá. No outro dia, eu fui trabalhar novamente, já tinha acabado mesmo. Então, quando a missa acabou, comecei a limpar os assentos. Quando eu estava no terceiro, percebi algo em comum, em todos eles. Um pentagrama invertido desenhado na parte de trás do banco, e no primeiro assento de frente ao altar (o que eu tinha visto a mulher) tinha um pentagrama um pouco maior, com um pedaço de unha cravado na madeira. Eu fui demitido no mesmo dia, porque pensaram que era eu que tinha desenhado. Eu nunca mais voltei a igreja, mas no mês passado, um funcionário foi morto, sem causa aparente. Na autópsia, acharam um pentagrama invertido desenhado no seu coração, e junto a ele, um pedaço de unha cravada no meio.

A casa da praia


Meu nome é Helena, tenho 24 anos. Ano passado eu fui passar as minhas férias na praia, com o pessoal da empresa onde eu trabalho. Já estava tudo organizado. A viajem, o lugar onde íamos ficar, os lugares que íamos visitar, enfim, tudo pronto. Chegando lá, descobrimos que a casa onde nós ficaríamos, já estava alugada. Todo mundo ficou nervoso, mas não tinha como voltar, só ia dar mais prejuízos. Então resolvemos alugar uma outra casa. Achamos uma linda, a 50 metros da praia, e por um preço muito baixo, o que era até estranho. No primeiro dia, todos foram a praia bem cedo, inclusive eu. Na metade do caminho, uma amiga percebeu que tinha esquecido a bolsa, e pediu para eu voltar e pegar. Quando eu entrei na casa, estava tudo ligado. Televisão, som, computadores, tudo. Achei tudo muito estranho, mas nem liguei, apenas desliguei tudo e voltei para a praia. A noite, todos iriam sair para festar, e eu também claro. Mas demoro muito para me arrumar, então os outros desceram para o carro, e eu e uma amiga ficamos lá nos arrumando. Minha amiga foi na cozinha pegar água e voltou gritando. Fiquei assustada, e perguntei o que tinha acontecido, então ela disse que tinha alguma coisa na cozinha. Pensei que era uma aranha, barata, algum inseto. Fui até lá para ver. Quando eu entrei, tinha sangue por todo o chão, e em cima da pia tinha um corpo, de um menino adolescente. Ele estava com o rosto cortado, como se estivesse atravessado uma porta de vidro. O braço estava pendurado ao corpo apenas por centímetros de pele, o seu pé era retorcido, e suas mãos moídas. Sai correndo de lá com a minha amiga, e pedi para algum homem ir lá ver. Eles foram, mas não tinha nada. Nós fomos para a festa, e só chegamos no outro dia bem cedo. Eu quis ser a primeira a tomar banho, no banheiro da suíte, claro. Quando eu abri o box do banheiro, o menino estava lá. Afogado completamente, com o corpo do mesmo jeito que estava na pia. Sai correndo de lá, e todo mundo assustou. Mas depois desse dia, eu passei a dormir dentro do carro. Ia a um banheiro publico quando dava vontade, mas não pisei mais naquele lugar. Perguntei para um visinho se havia acontecido alguma coisa na casa. Ele parou, pensou, e disse que sim, mas foi a muito tempo, quando a casa era um frigorifico, um garoto foi empurrado contra uma máquina, e teve o corpo torcido por ela, tendo morte instantânea. Fomos procurar outra casa no dia seguinte, apesar de ninguém ter acreditado. Dez dias depois nós fomos embora, e não vi mais esse garoto.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A Praça dos Sete Corpos


Meu nome é Karen, tenho 15 anos. A poucas semanas, eu e a minha amiga andávamos em uma praça perto da minha casa. A praça é enorme, talvez porque a cidade seja muito pequena, mas de qualquer forma é enorme, deve dar mais ou menos dois quarteirões. Íamos conversando, distraídas, quando fomos paradas por um garoto. Ele era lindo, olhos azuis, pele clara, perfeito. Ele nos perguntou a onde ficava a serralheria, e nós o mostramos. Quando ele passou por nós, depois de uns 5 segundos, olhamos para trás para vermos ele de costas, mas não havia mais ninguém lá. Foi muito estranho, mas continuamos andando. Logo mais a frente, o mesmo garoto nos parou, e nos perguntou o mesmo da outra vez. Desta vez nós dizemos a ele que não sabíamos onde ficava, e ele fez cara de bravo e começou a gritar, com uma voz estranha. Corremos dali. No outro dia, combinei de encontrar com o meu namorado na mesma praça. Fiquei até tarde esperando ele, mas ele não foi. Levantei e fui andando pra casa. Quando eu estava na metade do caminho, uma mulher passou na minha frente, lendo um bilhete e chorando. Decidi perguntar o que tinha acontecido, mas ela só me olhou, e continuou andando. Nos outros cinco dias foi a mesma coisa. Eu via pessoas andando na praça, hora chorando, hora bravas. Vi sete pessoas diferentes. A sétima pessoa era um velho, um senhor bem simpático, que me perguntou a onde ele estava, então eu lhe disse que ele estava na praça Santa Helena, e ele se irritou e saiu andando estressado.Percebi que ele tinha uma marca roxa no pescoço, mas nem liguei. Dias atrás, fizemos um trabalho na escola, e nós estudamos a história da praça. Fiquei surpresa quando descobri que aquela praça, a muitos anos, era a Praça dos Sete Corpos. Uma praça onde todo mês, sete pessoas eram enforcadas, sem nenhum motivo, e depois eram enterradas no gramado da praça. Quando foram fazer a reforma da praça, eles não encontraram nenhum corpo, só encontraram as cordas nas quais as pessoas eram enforcadas.

A garota do espelho


Meu nome é Marcio, tenho 30 anos. O que vou relatar aconteceu quando eu era criança. Meus pais e eu viajamos para o interior para visitar a minha tia que estava muito doente. Ela mora sozinha em uma casa enorme. A filha dela morreu em um acidente dentro da casa, quando adolescente. A garota foi descer pelo corrimão da escada, e caiu, lá de cima, rachando a cabeça ao meio. Chegamos lá, e fomos para o nosso quarto. Como a casa era muito grande, meu pai pediu para que eu dormisse em um quarto sozinho, e como eu queria privacidade, eu fui. De madrugada, levantei e fui ao banheiro. Na parede ao lado do banheiro, tem um espelho, de forma que quando você sai do banheiro, da de cara com ele. Deixei a porta aberta, e percebi uma movimentação no espelho. Fiquei bem assustado, então lavei as mãos e sai do banheiro para ir ao quarto. Quando eu me virei de frente para o espelho, vi atrás de mim uma garota, deformada, sangrando e com a boca retalhada. Tranquei a porta e fiquei deitado no chão, coberto com duas toalhas. Fiquei com vontade de vomitar, então levantei e fui para o vaso sanitário. Primeiro vomitei sangue, mas parecia que tinha alguma coisa me engasgando, e vomitei umas cinco ou seis larvas. Voltei a me cobrir, achando muito estranho. Já tinha se passado algum tempo, e eu estava morrendo de sono, então decidi abrir a porta e ir correndo para o meu quarto. Quando cheguei lá, o meu lençol estava com marcas de sangue, algumas gotas, então corri para o quarto dos meus pais, mas estava trancado. Fiquei sem o que fazer, mas ficar naquele corredor escuro é que não ia ser. Fui então para o quarto da minha tia, e deitei na cama dela. Eu sempre soube que ela tinha o sono bem leve, mas mesmo assim ela não acordou. Eu acendi o abajur do lado da cama dela. Ela estava com a boca aberta, como se alguém pegasse o maxilar e a mandíbula e abrisse com toda a força, e estava cheia de larvas. Gritei meus pais e eles correram para o quarto. Chamamos a policia, ambulância, tudo o que era gente. Mas ninguém soube dizer o que realmente tinha acontecido. Eu não contei para os meus pais sobre a menina que eu vi, e nós nunca mais voltamos na casa, e também nunca mais vi aquela menina. Até ontem.